Mesmo que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não possa assumir uma vaga no Parlamento Europeu, os italianos que comparecerão às urnas na próxima semana possuem duas opções: votar contra ele ou a favor dele. O premiê concorre nas cinco regiões eleitorais do país, pedindo a simpatizantes do governo que escrevam o nome dele na cédula para a escolha dos parlamentares.

Com seu rosto sorridente estampado em pôsteres que fazem propaganda de suas conquistas desde que subiu ao poder, em 2001, Berlusconi transformou a eleição para o Parlamento Europeu em um tipo de plebiscito a respeito de seu governo, o mais duradouro do país desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Analistas dizem que a votação será apenas isso, já que os eleitores usarão esse momento para elogiar ou punir o dirigente. Os votos recebidos por Berlusconi serão usados para ajudar outros candidatos do partido dele a chegar ao Parlamento de Estrasburgo (França).

O maior rival do premiê, Romano Prodi, presidente da Comissão Européia e ex-primeiro-ministro italiano, espera que os eleitores insatisfeitos dêem apoio ao bloco de esquerda liderado por ele. Segundo os analistas, os eleitores devem avaliar duas questões principais: o desempenho da economia e o apoio de Berlusconi à campanha dos Estados Unidos no Iraque.

A economia revelou-se o coringa do premiê, com a promessa de que, a partir do próximo ano, haja um corte de 12,5 bilhões de euros em impostos. Por outro lado, ao dar apoio à guerra o premiê parece ter perdido popularidade.

No entanto, independente de seu resultado, as eleições não devem abalar a determinação de Berlusconi de continuar no poder até as próximas eleições gerais, previstas para 2006, quando tentaria obter um segundo mandato.

Com informações da agência Reuters.