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Rumsfeld aprovou métodos de interrogatório no Iraque diz revista

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, aprovou um plano que previa métodos não-convencionais de interrogatório como forma de obter informações sobre a resistência no Iraque, o que acabou levando aos abusos contra prisioneiros, segundo reportagem publicada na edição deste sábado, dia 15, da revista New Yorker.

Rumsfeld, que enfrenta pedidos para que renuncie por causa do escândalo, deu luz verde aos métodos já usados no Afeganistão para a obtenção de informações de militantes da rede Al-Qaeda, segundo a reportagem que aparece no site da revista.

Jim Turner, porta-voz do Pentágono, disse que ainda não havia lido a reportagem e por isso não a comentaria. O artigo chega às bancas na segunda, dia 17.

O escândalo dos abusos começou há cerca de duas semanas, com a divulgação de fotos em que prisioneiros iraquianos aparecem sendo empilhados, forçados a simular atos sexuais e puxados por coleiras diante de risonhos soldados norte-americanos.

Rumsfeld fez na sexta, dia 14,  uma visita-surpresa ao Iraque, onde afirmou que as denúncias foram um "golpe duro". Sete soldados foram indiciados. O presidente George W. Bush ficou ao lado de seu secretário e disse que os abusos foram cometidos por uma minoria.

Na sexta, os EUA proibiram esses métodos abusivos de interrogatórios no Iraque, que incluem a privação do sono, a privação de sentidos e o uso de "posições desconfortáveis".

A New Yorker disse que o plano de interrogatórios era altamente sigiloso, submetido a um "programa especial de acesso". Ele autorizava os soldados a matarem, capturarem e interrogarem os chamados "alvos de alto valor".

Esses métodos foram amplamente usados no Afeganistão e, em menor medida, no Iraque – inicialmente, na busca pelo ex-ditador Saddam Hussein e por suas supostas armas de destruição em massa. Mas, conforme cresciam a resistência e o número de baixas norte-americanas, Rumsfeld e o subsecretário para Inteligência, Stephen Cambone, ampliaram seu uso, levando-o também para a penitenciária de Abu Ghraib, segundo a reportagem.

A revista baseou seu artigo em entrevistas com várias autoridades norte-americanas de inteligência. Elas disseram que o plano foi aprovado e colocado em vigor no ano passado, depois dos sangrentos atentados contra a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) e contra a embaixada da Jordânia em Bagdá.

Um ex-funcionário do setor de inteligência disse que Rumsfeld e o general Richard Myers, chefe do Estado Maior, aprovaram o programa, mas talvez não soubessem dos abusos.

De acordo com uma fonte não identificada na reportagem, a regra era "agarrar quem deve ser agarrado, e fazer o que quiser".

Segundo um consultor do Pentágono ouvido na matéria, Rumsfeld deixou os detalhes dos interrogatórios com Cambone.

– É assunto de Cambone, mas Rumsfeld e Myers aprovaram o programa – disse esse consultor.

Autoridades dos EUA admitem que os abusos violaram a Convenção de Genebra, que regulamenta o tratamento a presos de guerra.

A New Yorker disse que a CIA, que aprovou o uso de táticas duras nos interrogatórios de supostos militantes da al Qaeda, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, criticou sua aplicação no Iraque e se recusou a participar. Uma fonte disse à revista que, após recorrer a essas táticas, os EUA começaram a receber informações importantes sobre a rebelião iraquiana.

As informações são da agência Reuters.

 
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