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Imagens de abuso provocam ira no Iraque

Prisioneiros foram espancados e forçados a simular atos sexuais

Em Washington, as chocantes imagens de tropas estrangeiras abusando de prisioneiros iraquianos são uma exceção entre a regra das boas intenções norte-americanas. Em Bagdá, parecem sinais do que significa a dignidade iraquiana para os soldados da ocupação.

– Cafetões não fazem o que os americanos fazem. Quem pega um homem barbado, um muçulmano, e o deita com a face nos genitais de outro homem? Eles querem jihad (guerra santa) – disse neste sábado, dia 1º, o cambista de moeda estrangeira Abdel Wadoud Muhbal, na capital iraquiana.

Fotos de uma prisão de Bagdá, transmitidas por uma rede dos Estados Unidos e por canais árabes, mostram homens iraquianos nus sendo forçados a se deitar e a simular atos sexuais, enquanto os soldados riem e fazem sinais de positivo.

As imagens, bem como as de soldados da Grã-Bretanha, aliada dos EUA, urinando em seus prisioneiros iraquianos, provocaram ira árabe, condenação internacional e apelo do presidente dos EUA, George W. Bush, para os iraquianos julgarem seu país pelos seus princípios, e não pelas cenas de degradação no Iraque. Poucos parecem ter escutado e um membro do Conselho de Governo do Iraque, apontado pelos EUA, referiu-se aos soldados envolvidos como criminosos de guerra.

– Estamos lidando com iraquianos que são considerados prisioneiros políticos, não criminosos comuns. Exigimos desculpas oficiais dos EUA ao povo iraquiano em geral e a esses prisioneiros em particular. Os militares deveriam ser julgados como criminosos de guerra de acordo com a lei internacional – disse Sheikh Ghazi al-Yawar. 

Os iraquianos viram as imagens pela televisão. Os principais jornais do Iraque, incluindo os contrários à ocupação, não publicaram as fotos, que apareceram também em jornais da Europa. Editores iraquianos não estavam disponíveis de imediato no sábado para comentar o tema, em dia de descanso para a maioria das pessoas. Autoridades militares dos EUA debateram o tema.

– Aquelas poucas pessoas que fizerm isso não refletem a natureza dos homens e mulheres que enviamos para fora. Não é assim que as pessoas são. Não é do caráter delas, que estão servindo nossa nação pela causa da liberdade – disse Bush nesta sexta-feira. 

Mas o alívio pela queda de Saddam transformou-se em ressentimento entre os iraquianos em relação ao exército que o derrubou. As palavras de Bush foram consideradas apenas retórica de um aliado de Israel que tem a intenção de subjugar e humilhar os árabes e muçulmanos.

– Eles vieram para destruir o Islã e o que estão fazendo aos palestinos estão fazendo conosco agora – jogando na prisão, estuprando e tentando destruir nossa honra – disse Muhbal, oficial do exército da era de Saddam dissolvido por Washington.

– Não consigo descrever o que senti quando vi as cenas; elas me revoltaram e provaram a barbaridade das forças de ocupação. Qual a diferença entre eles e Saddam? Eles estão terminando o que ele começou – disse Mohammad Salman, policial de trânsito.

Com informações da agência Reuters.


 
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