O governo de Israel ameaçou nesta sexta, dia 16, demolir as casas dos colonos judeus durante a desocupação da Faixa de Gaza, a menos que haja um acordo para que as construções sejam cedidas a refugiados palestinos através de uma agência internacional. Segundo uma cópia do plano de desocupação, obtida pela Reuters, Israel gostaria de deixar intactas as edificações, em vez de adotar uma "política de terra arrasada'', mas o governo israelense sinalizou que, para isso, exigirá que elas se destinem a refugiados.

– Queremos que as casas fiquem para refugiados. Se não, nos reservamos o direito de destruí-las – disse uma autoridade israelense.

Segundo ela, as casas poderiam ser entregues através de uma organização internacional, provavelmente o Banco Mundial. Autoridades palestinas não haviam ainda dito o que pretendiam fazer com as edificações deixadas para trás pelos colonos.

– Israel não tem o direito de impor condições sobre essas propriedades – disse o ministro palestino Ghassan al-Khatib.

O plano de desocupação de Sharon, que recebeu apoio dos Estados Unidos esta semana, determina a retirada unilateral israelense de 20 assentamentos judaicos da Faixa de Gaza, onde vivem 7,5 mil colonos, em meio à população de 1,3 milhão de palestinos – a maioria pobre.

A exigência de Israel pela intervenção de uma entidade internacional parece ser parte de um esforço de Sharon para impedir a atuação da Autoridade Palestina no plano.

As informações são da agência Reuters.