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Chefe da CIA admite que havia como evitar o 11/9

Bin Landen só poderia ser morto em uma operação de captura

O diretor da CIA, George Tenet, admitiu nesta quarta, dia 24, que havia mais coisas a fazer para evitar os atentados de 11 de setembro de 2001, mas rejeitou a crítica segundo a qual a agência de espionagem está sendo prejudicada por um temor generalizado quanto a operações de alto risco.

Interrogado pela comissão nacional que investiga os ataques, Tenet afirmou que a agência de inteligência norte-americana teria condições de evitá-los, mas não conseguiu "integrar todos os dados" e as informações disponíveis não foram completamente compartilhadas.

– Talvez tivéssemos uma chance. Não posso prever a vocês se de uma maneira ou de outra – afirmou ele.

Funcionários da comissão já divulgaram um relatório segundo o qual, antes do 11 de setembro, toda a CIA, de alto a baixo, tinha a impressão de que só teria autorização para matar o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, como parte de uma operação secreta para capturá-lo.

– A idéia de que eles (a unidade secreta da CIA) fossem avessos a riscos, não podiam cumprir as tarefas, não eram ousados,  desculpem, ouvi esses comentários e simplesmente os rejeito categoricamente – afirmou Tenet no depoimento.

Pelo segundo dia, a comissão interrogou publicamente membros dos governos Clinton e Bush, querendo saber por que eles não tomaram medidas mais drásticas contra a Al-Qaeda antes dos atentados de 2001, que mataram cerca de 3 mil pessoas.

O ex-senador democrata Bob Kerrey expressou frustração pelo fato de várias ações militares possíveis não terem sido realizadas.

– Não vejo nos arquivos qualquer solicitação para operações militares adicionais – afirmou ele, acrescentando que o plano desenvolvido secretamente pelo governo Bush para lidar com a Al-Qaeda era, na sua opinião, inadequado.

Os membros da comissão fazem repetidamente a mesma pergunta: por que a agência não conseguiu evitar os atentados de 11 de setembro?

– Não roubamos o segredo que nos dizia qual era o complô, não recrutamos as pessoas corretas nem coletamos tecnicamente os dados, não obstante o enorme esforço para isso – foi a resposta de Tenet.

– Não integramos todos os dados que tínhamos adequadamente, e provavelmente tínhamos muitos dados e não sabíamos que, se todos soubessem, talvez tivéssemos tido uma chance – prosseguiu.

O relatório divulgado na terça, dia 22, disse que em quatro ocasiões, entre o final de 1998 e 99, Bin Laden poderia ter sido alvo de uma ação militar. Uma delas teria sido quando o militante estava perto de um alojamento de caça no Afeganistão, frequentado por autoridades dos Emirados Árabes Unidos.

Tenet disse que não estava claro se Bin Laden realmente estava lá, e outros complicador era que "você poderia ter eliminado metade da família real dos Emirados Árabes no processo, o que tenho certeza que entrou nos cálculos de todos".

As dramáticas audiências da comissão estão abalando o governo Bush, que fez da chamada "guerra ao terrorismo" o ponto central da campanha à reeleição. A comissão é formada por cinco democratas e cinco republicanos e deve divulgar seu relatório final em 26 de julho, em plena campanha eleitoral.

Funcionários da CIA, juristas e outros envolvidos acreditavam que a autorização escrita dada pela Casa Branca no governo Clinton (e mantida no de Bush) só permitia matar Bin Laden se isso acontecesse durante uma operação de captura, de acordo com a comissão.

Esses agentes também consideraram que as detalhadas instruções de Washington eram inflexíveis demais.

– Agentes da CIA de menor escalão se diziam frustrados pelo que consideravam ser restrições políticas – disse o vice-diretor-executivo da comissão, Chris Kojm.

Dois veteranos agentes da CIA envolvidos no combate ao terrorismo "ficaram tão preocupados sobre um desastre iminente que um deles nos disse que eles consideraram pedir demissão e ir a público com suas preocupações" disse o relatório preliminar, sem identificar esses agentes. As informações são da agência Reuters.

 
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