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Bush pede unidade na guerra contra o terrorismo

Pedido foi interpretado com um recado à Espanha

Na semana em que a invasão do Iraque completa um ano, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu unidade internacional na sua "guerra ao terrorismo". O pedido, feito em discurso na base militar Fort Campbell, no Kentucky, foi interpretado com um recado à Espanha, cujo novo governo ameaça retirar suas tropas do Iraque.

– Este inimigo terrorista nunca vai ficar contente, porque a morte é sua bandeira e sua causa – disse Bush a milhares de militares que voltaram do Iraque em fevereiro.

Autoridades norte-americanas temem que o combate ao terrorismo possa ser enfraquecido por causa dos atentados da semana passada em Madri, que mataram 202 pessoas e estão sendo atribuídos à rede Al-Qaeda. Esse ataque foi um fator decisivo que levou à eleição de um governo socialista e à decisão de retirar as tropas do Iraque.

– Para o mundo civilizado, só existe um caminho para a segurança. E vamos continuar unidos e lutando até que este inimigo esteja quebrado – disse Bush em uma mensagem que deve ser repetida a embaixadores de vários países nesta sexta, dia 19, na Casa Branca.

Bush conseguiu reunir uma aliança mais ampla no combate à rede Al-Qaeda do que na guerra do Iraque, que atraiu apenas 34 parceiros – inclusive o atual governo conservador espanhol. Porém os EUA temem que esse tipo de compromisso se enfraqueça com a eleição de José Luis Rodríguez Zapatero como premiê espanhol. Ele disse que "a ocupação do Iraque é um fiasco" e que só manterá as tropas ali se a Organização das Nações Unidas (ONU) assumir o controle da missão.

– Isso representa uma terrível mensagem se os terroristas acreditarem que podem atacar aqueles que mais os estão combatendo e causar um efeito sobre eles – comentou uma importante fonte do governo Bush.

Durante seu pronunciamento, Bush disse que o carro-bomba que nesta quarta-feira destruiu um hotel de Bagdá, representa um teste para seu país.

– Vamos continuar na ofensiva. Custe o que custar, vamos buscar e encontrar os terroristas, para que não tenhamos de encará-los em nosso próprio país.

O objetivo declarado de Bush nesta quinta era elogiar os militares por seu trabalho no Iraque e no Afeganistão. Cerca de 60 soldados do Fort Campbell, um quartel de Kentucky, foram mortos no Iraque, e 14 no Afeganistão. Há um ano, Bush esperava que a esta altura estivesse rumando tranqüilo para a reeleição de novembro, beneficiando-se da vitória sobre Saddam Hussein.

Em vez disso, ele precisa justificar o fato de não ter encontrado no Iraque as armas de destruição em massa que dizia existirem. Além disso, os militares dos EUA enfrentam uma rebelião que não dá sinais de trégua, e muitos norte-americanos estão desiludidos com Bush, que segundo a oposição democrata enfrenta uma crise de credibilidade.

Sem encontrar as armas que justificavam a guerra, o governo mudou seus argumentos, enfatizando agora que a queda de Saddam conteve os massacres contra civis e abriu caminho para um governo democrático. Na versão da Casa Branca, o Iraque se tornou "uma frente central na guerra ao terrorismo", embora não haja comprovação de qualquer vínculo entre Saddam e a rede Al-Qaeda.

Até agora, Bush não fez menção à busca infrutífera por armas de destruição em massa, exceto pra dizer que as informações existentes antes da guerra – hoje desacreditadas – estavam disponíveis também para o Congresso, a ONU e outros atores políticos, e que todos eles admitiam que o Iraque era uma ameaça. Com informações da agência Reuters.

 
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