Forças italianas de combate ao terrorismo alertaram para a existência de várias células de militantes muçulmanos, algumas dispostas a realizar atentados suicidas em várias regiões da Itália. Trechos de um recente relatório da ROS, uma divisão da polícia paramilitar italiana, foram divulgados pelo jornal La Repubblica nesta quarta, dia 17.

O documento de mil páginas advertia que ao menos 80 militantes integravam células espalhadas pela Itália. Muitos temem que o país seja, depois da Espanha, o próximo alvo do terrorismo porque o governo italiano deu apoio incondicional aos Estados Unidos na guerra contra o Iraque.

Em entrevistas publicadas na quarta, o ministro do Interior da Itália, Giuseppe Pisanu, disse que nenhum país estava livre da Al-Qaeda e acrescentou temer que os militantes islâmicos se associem com os grupos terroristas da Europa. Segundo o La Repubblica, o relatório da ROS baseava-se em telefonemas interceptados e em outras formas de vigilância. O documento diz também que alguns dos militantes não tinham nenhuma forma aparente de ocupação, mas possuíam apartamentos, carros e telefones celulares.

– Alguns, se convocados, já se disseram dispostos a realizar um atentado suicida – disse o relatório.

A ROS afirmou que alguns integrantes das células eram responsáveis por convocar os membros "dormentes" para participar das ações. E disse também que as células tinham ligações com grupos no Afeganistão, no Paquistão, no Iraque, na Malásia, no Marrocos e na Argélia.

A Itália diz ter aumentado a segurança de locais importantes depois dos atentados da semana passada em Madri, nos quais foram mortas 201 pessoas. Alguns especialistas acreditam que o Vaticano, cujo aparato de segurança foi recentemente reforçado, seria um alvo dos terroristas por causa de sua importância religiosa e porque seus espaços abertos seriam difíceis de proteger.

As informações são da agência Reuters.