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Resultado da eleição espanhola é um alerta para Blair

Apoio da comunidade muçulmana ao primeiro ministro britânico caiu de 75% para 38% desde o último pleito

O surpreendente resultado das eleições espanholas ecoou no Partido Trabalhista britânico nesta segunda, dia 15, em um momento em que Tony Blair luta para recuperar a confiança dos cidadãos antes de se submeter às urnas no ano que vem. Os espanhóis derrubaram o governo de centro-direita nas eleições do último domingo, em resposta à atuação do país na guerra do Iraque e ao modo como o governo lidou com os ataques de Madri.

Muitos eleitores acharam que o governo tentou tirar proveito político da tragédia que matou 200 pessoas e feriu quase 1.500 na quinta, dia 11, atribuindo imediatamente a culpa ao grupo separatista basco ETA, apesar de indicações contrárias. Desde então, cada vez mais evidências apontam para o envolvimento de muçulmanos, provavelmente ligados à Al-Qaeda.

Especialistas afirmam que a eleição espanhola dá ao primeiro-ministro britânico bons motivos para se preocupar, já que enfrentou forte oposição popular à participação na guerra contra o Iraque. A eleição geral está prevista para 2005, mas em junho haverá eleições locais e para prefeito de Londres.

– Isso ressalta a importância da confiança da população e mostra como o resultado pode se reverter se o eleitorado deixar de acreditar em você – disse John Curtice, da Universidade de Strathclyde.

Como o primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, agora de partida, Blair ainda é perseguido pela decisão de apoiar ativamente os EUA na guerra. O partido já perdeu apoio da comunidade muçulmana britânica, de 1,6 milhão de pessoas. O apoio caiu de 75% na última eleição para 38%, de acordo com uma pesquisa Guardian/ICM publicada nesta segunda. Entre o público geral, a confiança em Blair também caiu. Só um terço das pessoas o consideram confiável.

– É muito ruim para Blair – disse Patrick Dunleavy of the London Scholl of Economics.

– Os britânicos se sentem manipulados e desinformados e isto pode ser bem prejudicial, como as eleições espanholas mostraram – concluiu.

O governo de Blair insistiu na segunda que Grã-Bretanha e Espanha não assumiram o risco de ser alvo de ataques por apoiar a guerra no Iraque.

– A Al-Qaeda não é uma ameaça que apareceu depois da guerra do Iraque ... não é uma ameaça dirigida a países determinados ou a grupos particulares de países. É uma ameaça a nosso modo de vida e à democracia – disse o porta-voz oficial de Blair.

Blair tem ao menos uma vantagem: os seus adversários conservadores também apoiaram a guerra, ao contrário dos socialistas espanhóis, vencedores da eleição. Quem pode lucrar mais na Grã-Bretanha é o terceiro partido, os Democratas Liberais, que foi atuante na oposição à guerra.

Com informações da agência Reuters.

 
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