O grupo separatista basco ETA, acusado por autoridades espanholas de comandar explosões em três estações de trem que mataram mais de 150 pessoas no início da manhã desta quinta, dia 11, já provocou a morte de pelo menos 850 pessoas desde que começou a agir com violência, em 1968.

O ETA – Pátria Basca e Liberdade (Euskadi ta Askatasuna, em língua própria da região) luta pela criação de um Estado Basco independente numa região compreendida entre o norte da Espanha e o sudoeste da França. O grupo foi constituído em 1959 a partir de dissidências no Partido Nacionalista Basco, atualmente aliado ao primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar, e teve origem na repressão ditatorial do general Francisco Franco, que governou a Espanha do final da década de 30 até 1975. O governo franquista pregava a unificação nacional, reprimindo manifestações culturais dos bascos – povo que, embora pertencendo à Espanha, possuía cultura, economia e língua diversa do restante do país.

A partir de 1968 o grupo separatista passou a atuar de forma violenta, e recentemente foi classificado pelos Estados Unidos e União Européia como uma organização terrorista. Sob o comando de políticos radicais, o grupo esteve sob pressão nos últimos anos, com 179 supostos membros detidos em 2003 e um total de 650 suspeitos presos desde 2000, principalmente na Espanha e na França.  

O primeiro-ministro José Maria Aznar sobreviveu a um ataque do ETA quando era líder da oposição, em 1995, e uma de suas principais prioridades de governo é eliminar o grupo terrorista.