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 | 27/02/2004 21h34min

Confronto na Venezuela mata dois e fere, pelo menos, 20

Pelo menos duas pessoas morreram e 20 ficaram feridas nesta sexta, dia 27, em confrontos entre militares e manifestantes da oposição nas ruas da capital venezuelana, Caracas, segundo as equipes de emergência.

Tiroteios ocorreram durante várias horas de violentos tumultos que transformaram partes da cidade em uma zona de guerra, repleta de destroços, e retardaram o início de uma reunião de cúpula da qual participa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Centenas de soldados da Guarda Nacional, amparados por blindados, lançavam continuamente gás lacrimogêneo e balas de borracha para tentar conter milhares de manifestantes que tentavam chegar ao local da reunião internacional, para exigir que o presidente Hugo Chávez se submeta a um referendo que pode abreviar seu mandato. Os manifestantes lançaram pedras, paus e rojões contra os soldados.

– Temos dois mortos e 14 feridos, todos a bala – disse o chefe dos bombeiros de Caracas, Rodolfo Briceño, a jornalistas.

Não ficou claro de onde partiram os disparos. Briceño acrescentou que outras 10 pessoas ficaram feridas pelas balas de borracha. O vice-presidente José Vicente Rangel disse que três soldados ficaram feridos, um deles baleado na cabeça.

Apesar do caos nas ruas, a cúpula de dois dias, que reúne representantes de 19 países da África, Ásia, América Latina e Caribe, foi mantida, embora com um atraso de duas horas na inauguração.

Os manifestantes queriam entregar aos visitantes uma mensagem explicando sua campanha em prol do referendo. Eles dizem que Chávez e as autoridades eleitorais, que segundo eles agem parcialmente, estão impedindo sua realização.

Na abertura da cúpula, Chávez não mencionou os distúrbios. Os presidentes do Irã, Mohammad Khatami, e do Zimbábue, Robert Mugabe, também fizeram discursos em que não citaram os protestos, embora Mugabe tenha elogiado Chávez por resistir às "forças contra-revolucionárias".

O ministro do Interior, general Lucas Rincón, disse que os soldados foram atacados por manifestantes.

– A situação no país é tranqüila, mas há um grupo que quer violência.

Líderes da oposição, por sua vez, atribuíram a violência aos militares.

– Fomos selvagemente atacados – disse Antonio Ledezma.

As escaramuças continuaram por várias horas. Os manifestantes incendiaram pilhas de lixo e árvores, e a fumaça e o gás tomaram a praça Venezuela, uma importante zona comercial. A TV local exibiu cenas violentas. Uma mulher que enfrentou os soldados foi puxada pelos cabelos para o chão, e outro manifestante foi agredido com a coronha de um rifle.

Os tumultos começaram enquanto Chávez mantinha uma reunião particular com Lula e com o argentino Néstor Kirchner. 

A oposição acusa o Conselho Nacional Eleitoral de estar retardando propositalmente a verificação das 3,4 milhões de assinaturas que diz ter recolhido a favor do referendo. Para que a votação seja convocada, são necessárias 2,4 milhões de firmas. Chávez diz que o abaixo-assinado está repleto de fraudes.

As informações são da agência Reuters.

 
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