O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vai dar apoio oficial a uma emenda constitucional que proíbe o casamento homossexual. A informação foi dada por um coordenador político de seu governo a um grupo de conservadores. Bay Buchanan, irmã do ex-candidato republicano à Presidência Pat Buchanan, disse ter ouvido a declaração do coordenador político Karl Rove, há duas semanas.

– Ele nos disse que o presidente apoiaria a emenda -- e não apenas apoiaria, mas lutaria por ela – disse Bay Buchanan.

Rove disse à aliança conservadora conhecida como Grupo Arlington, por telefone, que o apoio de Bush à emenda da deputada republicana pelo Colorado Marilyn Musgrave viria "mais cedo do que tarde".

A proposta de emenda limitaria o casamento a "uniões entre um homem e uma mulher". Ela permitiria que os Estados decidissem se legalizariam ou não uniões entre casais do mesmo sexo, mas estabeleceria que os Estados não poderiam ser obrigados pela Justiça a aceitar tais uniões. Buchanan afirmou que ela e seus colegas estavam preocupados com o fato de Bush ainda não ter se manifestado a favor da emenda.

– Houve várias oportunidades desde então para o presidente falar. Não sabemos o que ele está esperando – disse ela.

No seu último comentário sobre o assunto, Bush disse na quarta-feira que estava perturbado com o fato de San Francisco estar concedendo permissões de casamento para gays e lésbicas "apesar de as leis estaduais não determinarem isso".

– Tenho dito sempre que vou apoiar uma lei para proteger o casamento entre um homem e uma mulher. E obviamente esses fatos estão influenciando minha decisão – disse Bush.

Emendar a Constituição é uma tarefa difícil nos EUA. Pode demorar anos para conseguir o apoio de dois terços da Câmara dos Deputados, dois terços do Senado e ratificação por três quartos dos Estados. Os conservadores estão transformando a emenda constitucional num teste para Bush. O principal candidato democrata à Presidência, John Kerry, diz ser a favor da união civil de homossexuais, mas não do casamento.

Com informações da agência Reuters.