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 | 17/02/2004 21h42min

Rebeldes invadem cidade e Haiti pede ajuda estrangeira

Força policial do país não tem recursos para combater a guerrilha

O governo haitiano pediu nesta terça, dia 17, ajuda internacional para enfrentar a rebelião que chegou a mais uma cidade do país e ameaça derrubar o presidente Jean-Bertrand Aristide. As autoridades estão tentando retomar o controle na cidade de Hinche, no centro do país, mas sua precária força policial precisa de ajuda externa, segundo o primeiro-ministro Yvon Neptune. Ele não especificou que forma de ajuda é necessária ou de onde ela viria.

O líder rebelde Louis Jodel Chamblain, entrou em Hinche num jipe, acompanhado de cerca de 25 homens armados, em uniformes de camuflagem. Os moradores que não tinham fugido o aplaudiram. Chamblain era líder de uma milícia de direita que aterrorizou os haitianos nos anos 1990. Ele e o chefe de polícia exilado Guy Philippe entraram no país no fim de semana, vindos da Republicana Dominicana, para se unirem aos rebeldes de Gonaives e pressionar pela saída de Aristide.

Em Washington, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, praticamente descartou o envio de tropas militares ou policiais para o Haiti e afirmou que a ênfase está na busca por um acordo político.

Animados pela adesão de combatentes exilados, os rebeldes atacaram a delegacia de Hinche na última segunda, dia 16. Ali, um assessor estrangeiro da polícia local disse que cerca de 15 rebeldes participaram da ação. A polícia rapidamente ficou sem munição e recebeu autorização para ir embora.

A revolta contra Aristide, visto pela população como corrupto e autoritário, começou em 5 de fevereiro na cidade de Gonaives. Cerca de 50 pessoas foram mortas.

Neptune disse que Chamblain e Philippe puderam voltar ao Haiti porque Estados Unidos e República Dominicana os aceitaram como exilados, mas não deram garantias para que eles não regressassem.

– Deixamos que governos [estrangeiros] abrigassem esses ex-militares. A maioria deles são narcotraficantes, e os governos sabiam disso – afirmou Neptune.

Ele afirmou que, apenas com uma polícia mal-treinada e sem verbas, e desprovido de um Exército, o governo está impotente para defender cidades como Hinche. Por isso, de acordo com ele, a ajuda internacional é essencial, incluindo a assistência técnica à polícia.

Aristide, que está na metade de seu segundo mandato e promete ficar no cargo até 2006, eliminou o Exército depois de voltar ao poder, em 1994, com a ajuda militar dos EUA, três anos após ser afastado por um golpe de Estado. Na época, Washington ajudou a treinar a polícia haitiana, que tem hoje cerca de 5.000 homens. Os policiais fugiram de Gonaives e de várias outras cidades durante a revolta.

Neptune acha que os EUA poderiam ter evitado o ataque a Hinche se tivessem dado mais treinamento para a força policial e mais meios para que pudesse ser aumentado o número de policiais.

– Ou mesmo se tivéssemos um helicóptero ou vigilância na nossa costa e na nossa fronteira – afirma.

Com informações da agência Reuters.

 
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