O Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar no final da tarde desta quarta, dia 21, a primeira – e conservadora – redução na taxa básica de juros de 2004. A expectativa do mercado é de que a Selic, hoje em 16,5% ao ano, tenha um corte de 0,5 ponto percentual. Analistas projetam que a trajetória de queda da taxa de juros deve continuar neste ano, só que em ritmo mais lento do que no ano passado, quando a taxa Selic caiu 10 pontos percentuais entre junho e dezembro.

De olho em um corte mais arrojado nos juros, o presidente da Federação Brasileira das Associações Bancárias (Febraban), Gabriel Jorge Ferreira, afirmou nesta terça, dia 20, que  “o momento econômico é bom, com margem para abrandar o controle monetário”. Ele disse que “o ideal seria uma redução de um ponto percentual”.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), ganhou força nesta terça a aposta em um corte de 0,75 ponto percentual na taxa Selic. O contrato DI de fevereiro – que concentra a expectativa dos investidores para a reunião – projetou taxa anual de 15,84%, ante 15,87% sinalizados na véspera. Na taxa mínima do dia, esse contrato sinalizou juros de 15,83%. O consenso dos analistas, no entanto, é de uma redução de meio ponto.

Apesar do otimismo do mercado, os membros do Copom devem levar em conta a inflação, que nesta terça deu sinais de alta. O aumento dos gastos com educação, excursões, viagens e cigarros – acima do previsto – levaram a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP (Fipe) a aumentar a previsão de inflação para este mês, de 0,5% para 0,7%.