Grupos palestinos rejeitaram nesta quarta, dia 17, a proposta de mediadores egípcios para suspender todos os ataques contra alvos israelenses como parte de um acordo de cessar-fogo que prepararia a retomada do processo de paz patrocinado pelos Estados Unidos. Em meio às negociações, novos episódios violentos foram registrados na Faixa de Gaza. Segundo testemunhas, soldados de Israel mataram um palestino desarmado, de 16 anos, em um campo de refugiados.

As Forças Armadas israelenses disseram que ativistas tinham tentado explodir um posto de fronteira. Autoridades palestinas afirmaram que os egípcios tinham promessas dos EUA de que a superpotência pressionaria Israel para retirar suas forças das cidades palestinas em troca de um cessar-fogo total. Mas Mohammed Al Hindi, um dos líderes do grupo Jihad Islâmica, disse, depois de um segundo dia de negociações em Gaza, que o grupo se opunha à proposta.

– A postura da Jihad Islâmica é clara e continua inalterada – afirmou Al Hindi.

Os grupos ativistas exigem que a trégua seja recíproca, algo rejeitado por Israel.

– Não podemos ser enganados por um cessar-fogo que dará abrigo a terroristas – disse o ministro das Relações Exteriores de Israel, Silvan Shalom.

O plano de paz patrocinado pelos EUA, conhecido como "mapa do caminho", prevê a criação de um Estado palestino até 2005. Em troca, os palestinos precisam conter a ação dos grupos ativistas. Minando ainda mais as chances de sucesso do processo de paz, Israel recentemente deu indícios de que poderá agir sozinho.

Os palestinos temem que, no caso de uma retirada unilateral, os israelenses acabem ficando com grande parte do território sobre o qual pretendem fundar o futuro Estado palestino. O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, deve divulgar sua proposta para a área de segurança nesta quinta.

As informações são da agência Reuters.