Ao menos três pessoas morreram e uma ficou ferida quando uma bomba atingiu nesta terça, dia 9, uma mesquita sunita de uma área de maioria xiita de Bagdá, disse a polícia do país. A explosão, que deixou um buraco na mesquita localizada no bairro de Hurriyya, provocou temores de que surjam divisões internas no Iraque opondo as duas vertentes do islamismo.

Os xiitas, perseguidos durante o governo do ditador Saddam Hussein (um sunita), esperam agora, depois da deposição do dirigente, consolidar seu poder no país. Ao vasculhar os destroços, os moradores da região diziam que o incidente era parte de uma campanha de intimidação realizada pelos xiitas, que compõem 60% da população do Iraque e cujos líderes foram pinçados pelos Estados Unidos para colaborar no período pós-Saddam.

– Estamos responsabilizando os xiitas por esse ato – afirmou o xeique Ahmad Dabbash, que coordena as celebrações na mesquita Ahbab Al Mustafa, alvo do atentado.

Dabbash relacionou a explosão com ataques anteriores contra alvos sunitas na capital.

– Pessoas que se dizem muçulmanas, mas que não têm relação com o Islã, vieram para dividir os muçulmanos e disseminar o sectarismo no país – afirmou.

A explosão, ocorrida por volta das 7h (2h em Brasília), atingiu um carro estacionado no pátio da mesquita e deixou poças de sangue misturadas com pó na área.

– Eles estavam lá esta manhã. E ou participaram do atentado ou deixaram que ele acontecesse – disse um sunita apontando para homens armados pertencentes a um partido político xiita e responsáveis por patrulhar a área.

Como outros residentes, o homem contestou a versão oficial, de atentado com bomba, afirmando que a mesquita foi alvo de um ataque com foguete ou outro tipo de armamento disparado de um prédio próximo.

As informações são da agência Reuters.