Dois terços dos cidadãos europeus acreditam que a invasão dos Estados Unidos ao Iraque foi injustificada e que, por isso, os norte-americanos devem arcar com os custos para reconstruir o país, segundo uma pesquisa divulgada pela Comissão Européia nesta segunda, dia 27.

O levantamento, feito na semana passada nos 15 países-membros da União Européia (UE), antes da reunião de doadores realizada em Madri, mostrou que a maioria dos entrevistados quer que a Organização das Nações Unidas (ONU) e o governo provisório do Iraque coordenem o processo de reconstrução do país, e não Washington.

A maioria também se opõe ao envio de tropas de seus países para manter a paz no Iraque. A pesquisa mostrou ainda amplo apoio para ajuda humanitária da UE ao povo iraquiano, mas uma maioria bem menor se mostrou a favor de participação financeira para reconstruir o país. Resultados detalhados mostram uma previsível divisão entre os cidadãos de países que apoiaram ou participaram da guerra para derrubar o regime de Saddam Hussein e aqueles que se opuseram.

Seis meses após a queda de Saddam, a maioria dos entrevistados em todos os países - exceto na Dinamarca - disse que a guerra foi injustificada. No total, 68% dos europeus disseram que a guerra foi injustificada, enquanto 29% a considerou justificada. As maiores porcentagens de entrevistados contra a guerra foram encontradas na Grécia (96%), Áustria (86%), França (81%) e Espanha (79%), mesmo com o governo espanhol tendo apoiado a guerra.

Perguntados sobre quem deveria financiar a reconstrução do Iraque, 65% dos europeus disseram que os Estados Unidos, 44% citaram a ONU, 29%, o governo provisório iraquiano e para 24%, a União Européia.

As informações são da agência Reuters.