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Brasil e Argentina renovam pacto para batalha do comércio global

Tratado é um contraponto às políticas do Consenso de Washington

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega argentino, Néstor Kirchner, anunciaram nesta quinta, dia 16, que formarão uma aliança nas negociações para a liberalização do comércio global para enfrentar os países ricos liderados pelos Estados Unidos.

– A participação conjunta em todos os fóruns multilaterais não é uma promessa, não é só um discurso – afirmou Lula durante a cerimônia de assinatura do documento chamado de Consenso de Buenos Aires.

O Brasil ganhou o estigma de intransigente na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em Cancún, em setembro, que fracassou devido ao racha sobre o tema dos subsídios agrícolas. Os países europeus e os EUA concedem anualmente entre U$ 300 e 350 bilhões de dólares por ano a seus produtores.

– Instamos os países desenvolvidos a cooperarem de maneira efetiva para a sua realização, de maneira a consolidar um sistema multilateral de comércio aberto, sem distorções e não-discriminatório –  disseram os dois presidentes no documento.

Apesar de o grupo de negociação, criado pelos países exportadores de alimentos para as negociações da OMC, chamado de G-21, ter perdido alguns de seus membros, Argentina e Brasil asseguraram que continuarão buscando aliados.

– Declaramos, do mesmo modo, nossa intenção de estabelecer novas alianças e estratégias conjuntas com outros países com os quais compartilhamos interesses e preocupações semelhantes – acrescentaram no Consenso de Buenos Aires.

O título é uma forma de mostrar um contraponto às políticas do Consenso de Washington do começo da década de 1990 que sugeriam que o mundo aplicasse políticas econômicas liberais e privatizassem empresas estatais para o crescimento sustentável.

Muitos países da América Latina seguiram a receita, levando a região, seguindo seus críticos, à ruína e deixou alarmantes índices de desigualdade social.

Vivem nos dois países 70 milhões de pessoas na pobreza. Os presidentes disseram que o pagamento da dívida pública não deve ser um obstáculo à situação dos milhões de argentinos e brasileiros que padecem fome.

– Expressamos que a administração da dívida pública deve ter como horizonte a criação de riqueza e de emprego, a proteção da poupança, a redução da pobreza, o fomento da educação e da saúde, bem como a possibilidade de manter políticas sustentáveis de desenvolvimento econômico e social – afirmou o texto.

A Argentina declarou a moratória de sua dívida pública, no valor de US$  94,3 bilhões e dólares, em janeiro de 2002. No mês passado, o governo apresentou uma proposta de reestruturação que reduza o montante nominal em 75%.

O Brasil cumpre suas obrigações financeiras, mas analistas advertem sobre os riscos de uma enorme dívida pública em uma economia tecnicamente em recessão.


 
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