Em viagem a Paris, a primeira-dama dos Estados Unidos, Laura Bush, discursou na reunião da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), marcando o retorno do país na entidade após 19 anos de ausência. No começo do ano, a organização nomeou Laura Bush embaixadora de honra para a Década da ONU para a Alfabetização, que trata dos 860 milhões de adultos e 113 milhões de crianças no mundo que não lêem ou escrevem.

Ela recebeu um beijo na mão do presidente francês, Jacques Chirac, antes da cerimônia na qual os norte-americanos foram readmitidos no órgão. Em 1984, o governo norte-americano, então comandado por Ronald Reagan, retirou-se da agência alegando má administração e uma postura anti-Ocidente.

A visita da primeira-dama ocorre depois de Chirac ter reafirmado suas críticas à política dos EUA no Iraque em um discurso proferido na sede da ONU, na semana passada. Chirac e o presidente norte-americano, George W. Bush, não conseguiram superar suas diferenças em um encontro realizado às margens da Assembléia Geral da ONU.

A viagem de Laura Bush e a reentrada dos EUA na Unesco pretendem melhorar a imagem do país diante da comunidade internacional agora que a superpotência tenta convencer outras nações a enviar dinheiro e soldados para ajudá-la na reconstrução e na ocupação do Iraque.

O presidente norte-americano falou, no ano passado, sobre os planos de reingressar na Unesco quando tentava convencer a ONU a dar apoio à sua política para o Iraque, o que não conseguiu fazer. A Unesco recebeu bem a volta dos EUA, que deve aumentar seu Orçamento bienal de US$ 544 milhões para US$ 610 milhões.

Laura Bush chegou a Paris no domingo e viaja a Moscou na terça, dia 1°, durante seu tour de cinco dias pela Europa. Uma porta-voz da agência disse que o objetivo dos norte-americanos de usar seu retorno à Unesco para combater ''ideologias tóxicas'' que alimentam o terrorismo era compatível com os objetivos da entidade.

As informações são da agência Reuters.