A oposição venezuelana vai pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele convença o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a não obstruir um referendo sobre seu mandato. Líderes da oposição, que querem um fazer um pebliscito para tentar retirar o presidente venezuelano do poder, fizeram o apelo horas antes de Lula chegar a Caracas, vindo do Peru, nesta segunda, dia 25, para uma visita de 24 horas.

– Nós esperamos que o presidente Lula lembre Chávez que ele não deve criar obstáculos ao plebiscito, se todos os requisitos forem cumpridos – disse Timoteo Zambrano, líder de oposição.

Lula vai assinar vários acordos comerciais em Caracas. O presidente brasileiro disse a correspondentes estrangeiros na última sexta que falará sobre o assunto do plebiscito com Chávez. Os opositores do presidente, que o acusam de tentar instalar um comunismo no estilo cubano no quinto maior país exportador de petróleo, fizeram uma marcha na semana passada para apresentar 3,2 milhões de assinaturas pedindo o plebiscito.

A Constituição exige assinaturas válidas de pelo menos 20% do eleitorado - cerca de 2,4 milhões de assinaturas – para realizar o referendo. Mas Chávez, que reuniu milhares de seus seguidores em uma marcha rival no sábado, tem ridicularizado a tentativa do plebiscito, dizendo que a maioria das assinaturas é falsa. Seus inimigos esperam que ele faça algo para impedir a votação.

– O presidente Lula deve dizer a Chávez, 'Olhe, nós todos estamos observando para ter certeza que não haverá fraudes' – disse Rafael Alfonso, outro representante da oposição.

Zambrano disse que o Brasil, que chefia o Grupo de Amigos - composto por seis países e que supervisiona um acordo de paz entre o governo de Chávez e seus opositores -, tem o dever de garantir o plebiscito recomendado no pacto de paz.

Além do Brasil, o grupo inclui os Estados Unidos, México, Chile, Espanha e Portugal. Zambrano disse que a oposição na Venezuela pediu uma reunião com Lula durante sua visita a Caracas.

As informações são da agência Reuters.