| 02/12/2008 03h33min
O técnico em telecomunicações Ricardo de Souza Teixeira adiou a volta para Capão da Canoa motivado pela idéia de levar o filho Leonardo, oito anos, ao Beira-Rio ontem. Ricardo e Leonardo deram com a cara no portão. O Inter pediu desculpas à torcida e se fechou antes da final da Copa Sul-Americana. A direção blindou o vestiário contra a euforia dos colorados depois do 1 a 0 em La Plata.
Pela segunda vez nesta semana Tite treinou com portões fechados. O mesmo já havia ocorrido no domingo pela manhã. Ontem, antes de os jogadores abrirem o expediente no gramado principal, a direção e o técnico convocaram reunião. O tema, é claro, versou sobre os perigos da soberba. Primeiro, falaram o vice de futebol, Giovanni Luigi, e o assessor Fernando Carvalho. Depois, entrou Tite com seu discurso mobilizador. A reunião serviu apenas para formalizar o que virou tema de todas as conversas desde a volta da Argentina.
— Desde o vestiário, lá em La Plata, converso com eles. Encosto em cada um e falo. O fantasminha está sempre aqui ao meu lado, à espreita. Temos de estar vigilantes — diz Carvalho, se referindo sobre o risco de uma surpresa amanhã.
A mobilização começou com uma homenagem a Guiñazu no Ciudad de La Plata. Os jogadores ainda estavam fardados quando Carvalho pediu para falar:
— O Guiñazu sempre foi um exemplo, correu por todos. Agora é a hora de corrermos por ele!
Além
de manter a mobilização do time, a direção trata de vigiar cada detalhe da
final. Segue a cartilha adotada na final da Copa Libertadores, em 2006 — a situação era mesma, com vantagem para o jogo da volta, em casa. Os jogadores foram escudados até mesmo dos pedidos de ingressos por amigos e parentes. O diretor executivo Newton Drummond eliminou qualquer chance de distribuição de cortesias.
— Ele nos avisou que havia acabado na bilheteria. Se alguém pedisse era para usar uma das duas carteiras de sócios que ganhamos no início do ano — conta o reserva Ramon.
Uma reunião da direção com Tite no domingo, no vestiário, serviu para definir os últimos detalhes da decisão. A antecipação da concentração para a noite de ontem foi descartada — aumentaria a ansiedade pelo jogo. Ela começa hoje, com segurança duplicada e o trânsito dos jogadores restrito a locais reservados do hotel. Antes, haverá um treino no Beira-Rio. Fechado, como o cenho de Nilmar ao sair do estádio.
— Temos a vantagem e seria terrível chegar tão perto de deixar
escapar — disse o atacante.
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