| 19/11/2008 23h54min
Foi uma vaga na final com a marca da maturidade de um clube que alcança a sua quarta decisão continental em três anos. O 4 a 0 sobre o Chivas, ontem, no Beira-Rio, somado ao 2 a 0 de Guadalajara, revelam um time que se acostumou a disputar títulos de envergadura. Assim, depois da Libertadores, do Mundial e da Recopa, agora o Inter vai buscar a Copa Sul-Americana contra o vencedor de Estudiantes e Argentinos Juniors, que se enfrentam hoje.
O técnico Tite deve ter aplicado uma vacina tripla anti-salto em seus jogadores. O Inter entrou em campo como se precisasse vencer de goleada, ainda que pudesse perder por um gol de diferença. Não perdeu uma dividida sequer. Isso nada tem a ver com técnica ou estratégia de jogo, mas mostrou-se fundamental. O técnico Efraím Flores marcou pressão no campo do Inter, a partir dos atacantes Medina e Santana. De nada adiantou. O Inter de quatro decisões em três anos parece não se espantar com mais nada.
Assista aos
gols
Os principais lances de D'Alessandro
Nada de drama, tensão, nervosismo, matizes épicos. Não foi preciso nada disso para o Inter chegar à final inédita para o futebol brasileiro. Tudo aconteceu com naturalidade.
Todos os movimentos do jogo tiveram um maestro. D’Alessandro rigorosamente regeu os seus companheiros. Quando a bola não parava no ataque, ele girava para cá e para lá, chamando a falta. Se a marcação apertava, insistia no toque de primeira com Magrão, Guiñazu pelo meio. Vez por outra abria pelos lados e tornava
a tabelar com Bolívar e Marcão. A cadência do argentino matou os mexicanos.
Nada
mais justo que a goleada tivesse a assinatura de D’Alessandro também no placar. A 19 minutos, converteu pênalti sofrido por ele mesmo. Carregou a bola na área até o o zagueiro Ocampo derrubá-lo. Já caiu de braços abertos, no melhor estilo catimbeiro argentino. Aos 36 minutos, pediu a bola para cobrar falta na entrada da área. Ninguém ousou contestá-lo. O goleiro Hernández se esticou todo, mas não conseguiu alcançar o seu cantinho esquerdo, ao pé da trave.
Enquanto isso, Lauro fazia polichinelos na sua área, para se aquecer um pouco. Do ponto de vista defensivo, o Inter beirou à perfeição. Índio, Álvaro, Bolívar e Marcão não perderam um lance sequer pelo alto.
O terceiro gol poderia ter sido olímpico. Em escanteio cavado por D’Alessandro, contra três marcadores, Taison imprimiu uma curva que quase traiu Hernández. Nilmar apareceu por trás do goleiro e completou de cabeça, aos 43.
Ao garantir vaga na final tão cedo, o Inter transformou o segundo tempo
em mera formalidade. Tite deu-se ao
luxo de preservar D’Alessandro, com cartão amarelo. Andrezinho entrou. O gol de Nilmar, a 25 minutos, serviu apenas para deflagrar os gritos de “olé” da torcida, contra o time de um país que adora touradas, como o México.
Agora, resta saber com quem será o último tango: Estudiantes ou Argentinos Jrs.
Homenagem a Arthur Dallegrave
Antes do jogo, o Inter fez uma homenagem ao ex-presidente colorado Arthur Dallegrave, que morreu na última segunda-feira, após complicações em uma cirurgia na bexiga. A faixa carregada pelo gramado do Beira-Rio dizia: "Dallegrave, alma de campeão".
Os jogadores e o técnico Tite foram para o jogo com uma faixa preta amarrada nas mangas das camisas, em luto pela morte do ex-dirigente que fez história no clube. Das arquibancadas, a torcida fez a sua parte. Durante um minuto de silêncio, os colorados aplaudiram de pé o homem que dedicou 57
dos seus 78 anos ao clube do coração.
Copa Sul-Americana -
Jogo de volta da semifinal - 19/11/2008
Gols: D'Alessandro, aos 19min (pênalti) e 36min, e Nilmar, aos 43min, no primeiro tempo. Nilmar, aos 25min, no segundo
Cartões amarelos: Araujo (C); D'Alessandro, Índio (I)
Expulsão: Medina (C), aos 41min do primeiro tempo
Arbitragem: Oscar Ruiz (Fifa-COL), auxiliado por Abraham González (Fifa-COL) e Francisco Penuela (Fifa-COL)
Público: 37.703 pessoas (34.280 pagantes)
Renda: R$ 843.500. Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre
INTER (4)
Lauro; Bolívar, Índio (Danny, 33'/2º), Álvaro e Marcão; Edinho, Magrão, Guiñazu e D'Alessandro (Andrezinho, 16'/2º); Taison e Nilmar (Daniel Carvalho, 30'/2º)
Técnico: Tite
CHIVAS
(0)
Hernández; Mejía, Reynoso e Ocampo (Padilla, int.); Baéz, Solís, Araujo, Marco Fabián (Ledezma, 24'/2º) e Morales (Esparza, 17'/2º); Medina e Santana
Técnico: Efrain Flores
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