| 04/11/2008 03h13min
As medidas do Grêmio para superar a crise técnica incluíram até auxílio psiquiátrico. Assustada com o abatimento dos jogadores, após a goleada por 3 a 0 para o Cruzeiro, no último sábado a direção providenciou uma palestra motivacional com o psiquiatra paulista Roberto Shinyashiki.
No domingo, porém, o Grêmio empatou em 1 a 1 com o Figueirense e caiu do primeiro para o terceiro lugar.
O vice de futebol, André Krieger, desconversou. Mas admitiu que tudo vem sendo feito “para levantar o astral do grupo”. Alguns jogadores, no entanto, confirmaram o encontro, que ocorreu em hotel da zona norte de Porto Alegre, ao lado do aeroporto Salgado Filho, local onde o Grêmio costuma se concentrar.
Apesar de elogiada, a intervenção de Shinyashiki, pós-graduado em Gestão de Negócios e doutor em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (USP), não obteve o resultado esperado. Ao contrário, o empate do domingo provocou a ira da torcida, que vaiou o
time no Olímpico.
Essa foi a
segunda vez que Krieger recorreu a Shinyashiki. A primeira havia sido em 1999, durante a primeira passagem pelo cargo. Naquela vez, auto-ajuda também não deu certo: no dia seguinte, o Grêmio perdeu por 3 a 2 para o Cruzeiro, no Olímpico.
“Saímos de lá muito motivados”
O psiquiatra Roberto Shinyashiki chegou ao hotel no início da tarde de sábado, dia 1º de novembro. Após o treino no Olímpico, ao anoitecer, houve a palestra, com base no seu livro O segredo dos Campeões. Citou os medalhistas olímpicos Gustavo Borges e Fernando Scherer, o Xuxa, como exemplos. Disse que era necessário transformar “suor em conquistas”.
– A palestra foi muito interessante, boa mesmo. Saímos muito motivados do encontro, querendo jogar imediatamente contra o Figueirense. Mas, no dia seguinte, as coisas não saíram tão bem como na palestra – comentou um dos jogadores.
O time desaprendeu
A queda do Grêmio no returno do Brasileirão tem motivos bem localizados,
segundo a direção. Primeiro, porque o time “desaprendeu” a vencer fora de casa. A expressão “um leão no Olímpico, um gatinho longe de casa” já foi usada no vestiário para analisar a timidez da equipe (são cinco vitórias fora no primeiro turno e quatro derrotas e três empates como visitante no segundo turno).
– Na quarta-feira teremos reunião com o Celso (Roth). O momento é de cautela e reflexão. Não posso falar o que penso agora, pois ainda estou de cabeça quente – disse o vice André Krieger.
Segundo o dirigente, as repetidas lesões e suspensões dos jogadores teriam provocado a queda de rendimento. O melhor condicionamento físico das outras equipes também. Ainda assim, Krieger acredita no título.
“Não sou puxa-saco de jogador”
Com freqüência, André Krieger costuma dizer o que pensa nos momentos de vitória e derrota. E nem sempre os jogadores aceitam quando a crítica ao trabalho parte de gente ligada
aos vestiários. Ontem, o dirigente negou enfaticamente os
rumores de que ele nem mesmo visitaria o vestiário nos últimos dias.
– Não sou boleiro, tiete, nem puxa-saco de jogador. Estou tratando com gente séria. É olho no olho – disse o dirigente.
Krieger também garante que seu relacionamento com o presidente Paulo Odone, de quem foi adversário na eleição para presidente, não está afetado com o resultado das urnas.
– É uma barbaridade o que ficam dizendo. Plantam coisas para instabilizar ainda mais a equipe – queixou-se.
Krieger assegura que seguirá fazendo cobranças aos jogadores quando o rendimento não for satisfatório:
– Como vou dizer que foi maravilhoso se foi horroroso?
A briga de Roth com um dirigente
A frase “um leão no Olímpico, um gatinho longe de casa” teria azedado a relação entre o técnico Celso Roth e Luiz Onofre Meira, um dos integrantes do departamento de futebol. Duas fontes ouvidas
ontem por Zero Hora confirmam que os dois estiveram próximos do confronto físico.
André
Krieger, no entanto, não confirma a informação e a considera “absurda”.
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