| 27/10/2008 01h59min
O discurso nos bastidores é de otimismo, é claro. Mas a chance de o Inter chegar à Libertadores depois do empate em 2 a 2 com o Atlético-MG, sábado, é quase nula. São necessários 20 de 21 pontos nas últimas sete rodadas. Agora, a questão é outra: com força total na Sul-Americana, um Inter "light" enfrentaria o São Paulo (2 de novembro, no Morumbi) e Cruzeiro (30 de novembro, no Beira-Rio) — adversários diretos do Grêmio na campanha do título?
Vamos aos fatos: espécie de porta-voz do grupo, ao final do empate em Belo Horizonte o meia Alex falou em "jogar pela honra". Ou seja, seguir sem a pressão de alcançar meta no campeonato. O jogo contra o Náutico, quarta-feira, no Beira-Rio, já pode ser apenas estratégico, em preparação à partida decisiva de 6 de novembro, contra o Boca Juniors, na Bombonera, pela Sul-Americana.
— O mínimo que temos de fazer é conquistar o maior número de pontos possíveis. Se vai dar ou não, veremos no final — reforçou Alex no
Salgado Filho.
A situação do
Beira-Rio bate de frente com os interesses do Olímpico. No próximo domingo, antes do Boca, portanto, o Inter vai ao Morumbi enfrentar o concorrente mais acirrado do Grêmio pelo topo do Brasileirão.
Não à toa, até os gremistas torceram pelo Inter contra Atlético-MG. Queriam que os vermelhos mantivessem a esperança de se classificar à Libertadores.
A chegada da delegação ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, ontem, foi um indício. Antes do jogo do Mineirão, Tite projetava a conquista de, pelo menos, quatro pontos nos confrontos contra Atlético-MG e Náutico. Mesmo assim, apareceu no portão de desembarque abatido. Sorriu ao cumprimentar um amigo. Mas quando outra pessoa perguntou se ainda era possível sonhar com a Libertadores, o técnico apenas olhou para o torcedor e foi embora, calado.
O sentimento de missão impossível tomou conta do grupo. Ainda no vestiário do Mineirão, os dirigentes mantiveram o discurso de não fazer projeções e apenas focar o próximo
jogo, sem priorizar
Brasileirão ou Sul-Americana. Tite parabenizou a equipe pela rápida recuperação física após o confronto com o Boca Juniors e disse ter boa expectativa para o futuro devido à atuação do time no segundo tempo. Os jogadores, porém, estavam desanimados com novo revés fora de casa. Lembraram de outros pontos perdidos no decorrer do campeonato em situações parecidas, como nos jogos com Palmeiras, Flamengo e Náutico no primeiro turno. Para mostrar mobilização, apoiaram-se na matemática, mas admitem que a Libertadores é um sonho muito distante.
— Tem que dar, né? A matemática nos dá condições ainda. Temos que lutar até o final — afirmou Daniel Carvalho.
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