O atacante Denílson desembarcou no Palestra Itália em fevereiro sob desconfiança. Os 31 anos e o esquecimento de seu brilho na conquista da Copa do Mundo de 2002 fizeram com que o Palmeiras só atendesse a Wanderley Luxemburgo e o aceitasse como reforço oferecendo um contrato de risco. Oito meses, sete gols e 43 partidas depois, o ex-são-paulino já não se sente mais em débito com ninguém. O camisa 19 aproveitou os elogios por sua atuação decisiva na vitória sobre o Atlético-MG que manteve o time na liderança do Brasileiro para avisar: quer ser tratado como um atleta de alto nível.

– Depois de uma temporada como essa, no ano que vem teria que ser um contrato normal. Quero ficar no Palmeiras, fui muito bem recebido aqui. Mas, se por acaso me oferecerem um outro contrato de risco, não seria interessante para mim. Já provei que não sou um risco – argumentou Denílson, que, apesar do pedido, ainda não foi procurado por nenhum diretor para conversar sobre a renovação do vínculo que se encerra em dezembro.

Enquanto a cúpula alviverde não se manifesta, o jogador, presente em 81% dos jogos em que poderia atuar neste ano, garante estar focado apenas em ajudar o clube. Confiante, sempre ressaltou que não é o desempenho em um confronto que vai decidir sua permanência. Por isso, enxerga de maneira positiva sua passagem pelo Verdão.

– Já estou dando uma dor de cabeça boa ao Wanderley desde o início do Campeonato Paulista. Me recuperei fisicamente, que era o meu primeiro objetivo, e acima de tudo tenho ajudado o Palmeiras. Como titular ou não, o importante é o treinador saber que pode contar comigo – apontou, satisfeito o suficiente para descartar o rótulo de “talismã” – aquele que é mais útil quando entra no segundo tempo para mudar um resultado.

– É mais fácil iniciar jogando porque você entra da mesma forma que os outros. Entrando no decorrer do jogo, você pega um ritmo muito rápido e até entrar nesse ritmo o jogo acaba. Contra o Atlético, entrei faltando uns 30 minutos, aí dá tempo de se adaptar. Mas entrei em vários jogos faltando cinco, dez minutos, aí é quase impossível contribuir sem ritmo nenhum – continuou o autor de uma assistência e um gol no triunfo sobre os mineiros.

À espera de uma oportunidade entre os titulares do time principal, Denílson não muda a estratégia que traçou para si mesmo ao assinar contrato com o Palmeiras para voltar a aparecer bem no cenário nacional: trabalhar.

– Tenho é que treinar e suar muito sempre. Os que jogam descansam, e quem não é titular tem que trabalhar muito – completou.

E na receita do meia-atacante também quer manter seu status de “ex-baladeiro”. Tanto que até interrompe quem fala que seu gosto por festas se mantém.

– Gostava, agora não saio mais. Meu pensamento de vida é outro, não tenho mais 20 anos. Minha idéia é casar, ter filhos, e escolher bem as amizades para continuar trabalhando bem – finalizou, em incessante expectativa para saber se o seu futebol ainda vai interessar ao Verdão em 2009.