| 06/09/2008 04h04min
O Brasileirão é o Monte Everest do Grêmio. Uma vitória contra o Fluminense, hoje, às 18h20min, no Maracanã, significará mais alguns metros na escalada que o time pretende concluir com a conquista do tri no dia 7 de dezembro, ou antes.
A relação com a montanha mais alta do mundo, localizada na fronteira entre o Nepal e o Tibete, com quase 8,5 mil metros de altura, é um segredo que o técnico Celso Roth mantinha a sete chaves até ontem. Sabe-se, agora, que faz parte da estratégia, até agora vitoriosa, de mobilizar uma equipe que iniciou o campeonato, em maio, sob desconfiança.
Fiel escudeiro de Roth, o catarinense Beto Ferreira revelou durante a viagem para o Rio que a imagem do Everest é mostrada aos jogadores, no vestiário, nas preleções. Ex-preparador físico e hoje auxiliar técnico, além de confidente de Roth, Ferreira compara cada jogo a uma etapa da escalada.
— Estamos na metade da montanha, a 4 mil metros de altura. Essa é a parte
mais perigosa da escalada, o ponto em que
mais ocorrem mortes — diz o catarinense Ferreira, parceiro de Roth desde 1997, no Inter.
Trata-se de uma referência aos perigos que estão por trás do jogo de hoje. Durante a viagem, dirigentes e jogadores reafirmaram o discurso da cautela. Mesmo que uma vitória deixe a equipe gaúcha oito pontos à frente dos concorrentes, Palmeiras e Cruzeiro, ambos com 43 pontos.
— Quando se está em primeiro lugar, a responsabilidade aumenta ainda mais. O líder não pode errar — alerta Souza.
O meia segue no time com a lesão de Perea. Depois do Gre-Nal da Copa Sul-Americana, Roth já havia antecipado sua condição de titular. Só não havia revelado no lugar de quem. Como Perea ficará um mês parado, desta vez ele estará mais à frente. Mas também cumprirá funções mais recuadas.
Ele se revezará nas funções de armador e segundo atacante, auxiliando o centroavante Marcel. Reinaldo, de volta de lesão, foi preservado e nem viajou para o
Rio.
Na pior das hipóteses, se não faltar ar
durante a subida, o cume do Everest gremista será alcançado dia 7 de dezembro, data do último jogo, contra o Atlético-MG, no Olímpico.
Se a atual vantagem na tabela for mantida, a parte mais alta da montanha poderá ser tocada com duas ou três rodadas de antecedência. Neste caso, será uma subida com folga naquele que é o ponto mais temido do pico, quando o ar fica mais rarefeito e há toda a ansiedade para atingir o cume.
Por isso, o jogo de hoje e o da próxima rodada, contra o Goiás, são considerados decisivos. Como Cruzeiro e Palmeiras se encontram, duas vitórias podem fazer a diferença sobre os concorrentes chegar a 10 pontos. O que pode fazer da última etapa da escalada tão suave como um passeio pela Rua da Praia.
Confira a escalação:
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