| 30/08/2008 22h53min
O alagoano Souza, estrela do jogo deste domingo contra o Vasco, às 16h, no Olímpico, precisou fazer uma escala em Paris antes de encontrar a felicidade em Porto Alegre. O desprezo dos franceses pelos jogadores brasileiros roubou parte da alegria que o meia de 29 anos costuma espalhar nos vestiários por onde passa.
Tudo mudou em julho, no retorno ao Brasil proporcionado pelo Grêmio. Neste domingo, contra o Vasco, ele inicia pela primeira vez uma partida como titular do time do técnico Celso Roth. Com a garantia de que não sairá mais até o fim do Brasileirão.
Negociado por 4 milhões de euros em fevereiro pelo São Paulo, Souza imaginou que a imagem do também ex-são-paulino Raí fosse funcionar como salvo-conduto no PSG. O desencanto chegou logo. Em forma de racismo, conforme o jogador:
— Só minha família sabe o que sofri nesses quatro meses. Só sente a pancada quem toma. Não entendia a língua direito, mas sabia que falavam mal de mim. Fiquei
decepcionado com a forma como tratam os
brasileiros. O Bolívar (zagueiro do Inter) me disse que teve a mesma impressão.
Namoro com o Grêmio começou em 2004
A vinda para o Olímpico foi concretizada após anos de insistência de sucessivas diretorias do Grêmio. A primeira tentativa aconteceu em 2004. O atacante Rico, com quem Souza havia atuado na Portuguesa Santista e no São Paulo, ligava com freqüência recomendando sua vinda. Sorrindo, o meia recorda de um diálogo no final do ano passado com o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, diante de uma nova investida do Grêmio.
— Falei para ele: presidente, me libera para o Grêmio. Já ganhei tudo aqui, até o Mundial. Só não ganhei campeonato de sinuca. Ele disse que não iria reforçar o Grêmio, sempre um adversário forte do São Paulo — lembra.
Da frustrada passagem pela França, restou, pelo menos, a possibilidade de crescer como pessoa. A resignação com que aceitou a reserva é fruto do
amadurecimento adquirido na Europa. Souza não considera
correto ficar pedindo para entrar no time. Prefere ganhar a posição nos treinamentos.
Contra o Vasco, ele pretende dar mais um passo rumo ao tri brasileiro — foi bi com o São Paulo, em 2006 e 2007. Se isso acontecer, quer sua foto nas paredes do Memorial do Grêmio.
— Não vou deixar passar essa oportunidade de colocar meu nome na história do clube. Já pensou que honra para um cara que começou lá no CSA de Alagoas? — suspira Souza.
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