| 28/08/2008 03h07min
Pobre Tite, afortunado Celso Roth. É mais ou menos essa a síntese do ambiente do Gre-Nal desta quinta-feira. O clássico começa às 19h20min, no Olímpico, e vale vaga para as oitavas-de-final da Copa Sul-Americana. O Grêmio, que suportou a ventania durante a janela de transferências para o Exterior, poupa titulares para o Brasileirão. O Inter, envolvido com propostas e cifras milionárias, parece falar mais em dinheiro do que em futebol.
É o drama de Tite. Na véspera do Gre-Nal que pode definir seu futuro no Beira-Rio, fica sem Alex, o melhor jogador do time. O meia está em fase final de negociação com o Al-Jazira, time de Abel Braga nos Emirados Árabes. Mas ainda há a possibilidade de ser comprado pelo alemão Wolfsburg. A 17ª transação do Inter no ano renderá mais 6 milhões de euros (R$ 14,4 milhões).
— Deus permita que essa janela seja fechada o quanto antes — desabafou Tite, olhando para o céu, referindo-se ao prazo de inscrições que encerra-se nesta
segunda-feira, ao meio-dia.
A
janela de transferências transformou o time de Tite em espécie de terminal rodoviário, com chegadas e partidas a todo o momento. Apesar das intermináveis negociações, as vaias são sempre para o técnico a cada vez que os alto-falantes do Beira-Rio anunciam a escalação do Inter.
Confira abaixo as escalações:
Ao menos o goleador Nilmar permanecerá. Os espanhóis do Zaragoza não aumentaram a proposta inicial pelo jogador, de 12 milhões de euros (R$ 28,8 milhões). Assim, não haverá negócio — a menos que a proposta suba para 14 milhões de euros até o fechamento da janela. Se ele ficar, o Inter terá que adquirir mais 20% dos seus
direitos econômicos por R$ 7,2 milhões, além dos 30% que já detém.
— É verdade que fizemos oferta oficial pelo Nilmar nas últimas horas e esperamos resposta. Mas para contratá-lo teríamos que negociar Diego Milito ou Sergio Garcia, que não conseguimos fazer — afirmou Eduardo Bandrés, presidente do Zaragoza.
A história de Alex é diferente. O Inter já trata com Rafael Sobis para substituí-lo. O atacante viria por empréstimo até dezembro. Estava a caminho do Al-Jazira e pediu ao Betis para ser emprestado. Sobis sonha com o nascimento do filho, em outubro, na capital gaúcha.
Léo segue, mas Celso Roth não deve ganhar reforços
É nesse clima de compra e venda que o Inter vai para o clássico. Durante a semana, o assunto prioritário no Beira-Rio não foi o Gre-Nal, mas negócios. Ontem pela manhã, enquanto a equipe realizava treino coletivo com portões fechados, Alex fazia tratamento para uma pequena contusão na coxa esquerda. Deixou o estádio mais cedo, apressado para levar o filho,
Lucas, ao médico. Ao sair, avisou que estava fora do
jogo. No vestiário, suspeita-se que o meia estivesse sem condições emocionais para o Gre-Nal devido à iminência da venda. D'Alessandro, com lesão semelhante, treinou normalmente.
— Não há nada assinado, mas não posso dizer que não sairei — disse Alex. — Estou com 26 anos e, dependendo da oferta, não posso mais recusar. Preciso pensar no meu futuro, como fizeram Tinga, Jorge Wagner, Sobis e Fernandão — acrescentou, lembrando os campeões da Libertadores que deixaram o clube.
Nem entradas, nem saídas. A janela de agosto manteve inalterada a qualidade do grupo do Grêmio. A rigor, a única perda, ocorrida no início de julho, foi do meia Roger. Prontamente suprida com as chegadas de Tcheco, Souza e do uruguaio Orteman, que estréia no Gre-Nal de hoje.
— Somos o único clube que não perdeu jogadores na janela de agosto — comemorou o diretor-executivo, Rodrigo Caetano.
E não se trata de desprestígio, ressalta Caetano.
O
dirigente garante que os jogadores do Grêmio foram
procurados, mas as propostas acabaram rejeitadas pela direção. A rigor, o único caso de interesse conhecido foi pelo zagueiro Léo. Esteve na lista do PSV Eindhoven, da Holanda, e do mesmo Wolfsburg que sonha com Alex. O desejo, contudo, não se converteu em oferta concreta, e o jogador fica. Embora sem dar o nome do clube que estaria interessado, Caetano mencionou também oferta pelo lateral Pico.
A vinda de reforços é, hoje, uma possibilidade quase inexistente. Segundo o diretor de futebol, André Krieger, a chance de o clube não contratar é de 80%.
— Não vamos empilhar jogadores — avisou Krieger.
Roth prefere aguardar o fechamento da janela:
— Não existe isso de grupo fechado. Até o fim da janela, tudo é possível. Vamos esperar um pouco.
Enquanto isso, hoje tem Gre-Nal.
Confira as alternativas para fugir dos
congestionamentos:
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