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 | 24/08/2008 03h06min

EUA derrotam o Brasil no vôlei masculino e levam o ouro em Pequim

Seleção de Bernardinho perdeu final olímpica, de virada, por 3 sets a 1

O sonho do bicampeonato olímpico foi adiado para a seleção masculina de vôlei do Brasil. Em uma partida dramática, os Estados Unidos venceram o Brasil, de virada, por 3 sets a 1, com parciais de 20/25, 25/22, 25/21 e 25/23, e conquistaram neste domingo, dia 24, a medalha de ouro nos Jogos de Pequim.

Com a vitória, os EUA "vingam" a seleção feminina, derrotada pelas brasileiras na final do vôlei pelo mesmo placar de 3 sets a 1. A partida também marcou uma era de supremacia norte-americana sobre os brasileiros, que já haviam caído diante dos norte-americanos na Liga Mundial no Rio de Janeiro há um mês. O jogo também marcou a despedida do meio-de-rede Gustavão, que está deixando a seleção brasileira após 13 anos de serviços prestados.

A seleção de Bernardinho começou a partida arrasadora no primeiro set, mas a superioridade norte-americana prevaleceu nas duas parciais seguintes. No quarto set, o Brasil liderava o placar, mas cedeu a virada no marcador no 21/20. A partir daí, o jogo ficou muito nervoso, com os EUA chegando ao match point. O Brasil ainda buscou a reação, encostando no 24/23 mas, após um ataque de Stanley, os norte-americanos fecharam em 25/23.

Vitória brasileira no começo

No começo da partida, o Brasil não deu chances aos norte-americanos e liderou o placar durante toda a parcial. Destaque para as bolas viradas por Dante e também para os ataques de meio de André Heller. O Brasil também forçou bastante no saque: garantiu aces, forçou o erro de recepção dos EUA, mas também cedeu pontos aos adversários com as bolas para fora ou na rede.

Porém, quem errou mais foram os EUA, que despediçaram ataques preciosos com Stanley no começo do set e não recuperam mais. Entre os lances mais bonitos do primeiro set está o longo rali no ponto 12/18, vencido pelo Brasil. Logo em seguida, Giba foi buscar uma bola nos fundos da quadra e quase atropelou quem estava por trás das divisórias. Ele não conseguiu o ponto, mas mostrou a garra do time para fechar o primeiro set em 25/20, em 26 minutos.

Reação com Stanley

Se no set inicial Stanley não mostrou todo o seu poder ofensivo, no segundo set seu potente saque de até 118km/h foi decisivo na partida. Com a fera norte-americana no serviço, o Brasil teve o passe quebrado e os EUA abriram 6/0. Os brasileiros reagiram, principalmente com ataques de Giba e os bloqueios, diminuindo aos poucos a diferença para apenas um ponto: 20/21. Porém, Stanley retornou ao saque e arrasou: 24/20. O Brasil ainda conseguiu marcar outros dois pontos, mas uma bola para fora do bloqueio brasileiro deu números finais à parcial: 25/22, em 30 minutos de disputa.

No terceiro set, o jogo começou bastante equilibrado. Os EUA saíram na frente do placar e o Brasil empatava até o 10/10. Porém, os brasileiros não conseguiram forçar o serviço e passaram a aproveitar menos os contra-ataques, permitindo que os EUA abrissem seis pontos de vantagem: 20/14. A reação brasileira começou com a entrada do levantador Bruninho e de Murilo, que converteu bolas importantes. O saque de Bruninho também fez estrago nos EUA e a diferença ficou em 21/19. A força do ataque dos EUA, no entanto, se impôs e o Brasil não conseguiu diminuir a vantagem permitindo que os rivais vencessem o terceiro set por 25/21.

Superioridade dos EUA

No quarto set, parecia que o Brasil iria conseguir levar o jogo para o tie-break. Tanto que o time — apostando no bloqueio e com dificuldade em virar o ataque — seguia na frente no marcador. A vantagem era pequena, oscilando de um a três pontos, com destaque para o desempenho dos irmãos Gustavo e Murilo. Porém, apenas a força dos dois não foi suficiente para segurar o poderio norte-americano. Giba, quando acionado não conseguiu virar. Stanley, por sua vez, voltou a aparecer com força total e encontrou o Brasil totalmente desarmado para cravar uma cortada e empatar: 20/20.

Depois disso, os EUA passaram no marcador e a bola de Giba voltou a ficar no bloqueio: 23/21. Em um ataque de Millar, os norte-americanos chegaram ao match point. O Brasil ainda conseguiu fazer dois pontos, mas sucumbiu diante da superioridade inquestionável dos EUA que, invictos, fecharam em 25/23 e selaram a conquista do ouro.

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