A vitória do Grêmio sobre o São Paulo na estréia deste Brasileirão salvou o técnico Celso Roth da demissão. Depois, o clube gaúcho seguiu em crescente na competição e o treinador ganhou força no Olímpico. Agora, o são-paulino Muricy Ramalho usa o exemplo do colega gremista para pedir mudanças na filosofia de trabalho em relação aos treinadores no Brasil.

– Quando dão opinião sobre técnico, as pessoas precisam ter calma, estudar e saber um pouco de futebol. O Grêmio está em primeiro lugar, mas na estréia já falavam que ele poderia cair se perdesse no Morumbi. Quem é do meio sabe que ele é um excelente treinador. Hoje, ninguém fala mais nada, pois ele está fazendo um excelente trabalho. Vai ser difícil de tirar o Grêmio de onde está porque é um time consistente – comentou.

Muricy Ramalho, que também viveu um período inconstante depois da eliminação na Copa Libertadores, completará três anos à frente do São Paulo no início da próxima temporada.

Apesar de ficar satisfeito com seu longo tempo no Morumbi, o comandante se enquadra entre as exceções do futebol nacional, ao lado de Wanderley Luxemburgo, que desde o início do ano segue inabalável no Palmeiras.

– Tem de ser bem realista para falar. Às vezes, o clube mantém o treinador só porque está ganhando. O próprio Celso Roth estava ameaçado na primeira rodada. Quem vive situação um pouco diferente somos eu e o Wanderley. No futebol, existe cobrança por parte de vocês, de torcedor e de dirigente – analisou o são-paulino, que espera ver o Brasil seguindo a escola européia no futuro.

– No mundo todo, os treinadores ficam mais tempo. No Arsenal, o cara (Arsene Wenger) está há muito tempo e nem ganha título toda hora. No Brasil, toda segunda-feira fica aquela onda de derruba ou não derruba – concluiu, lembrando que o treinador do clube inglês está há 12 anos no cargo.