| 07/08/2008 22h52min
"Com R$ 15 mil posso alterar o resultado da partida entre Avaí e Ituano." Este é um trecho da conversa de Eduardo Cristaldo Barilari, ex-árbitro da Federação Maranhense de Futebol, com alguns juízes que apitam a Série B do Campeonato Brasileiro. Alertado sobre o suposto esquema de suborno pelo STJD, o Ministério Público de Santa Catarina começou investigação paralela. E gravou as últimas tentativas de Barilari em arranjar resultados na Segundona junto ao diretor da Federação Catarinense de Futebol, Júnior Moresco.
Com isso, o ex-árbitro será julgado nesta sexta-feira pela Quarta Comissão Disciplinar a partir das 13hs. Ele está incurso no artigo 238 (Receber ou solicitar, para si ou para outrem, vantagem indevida em razão de cargo ou função, remunerados ou não, em qualquer entidade desportiva ou órgão da justiça desportiva, para praticar, omitir ou retardar ato de ofício, ou, ainda, para fazê-lo contra disposição expressa de norma desportiva) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). E pode ser punido com dois a quatros de suspensão.
Da outra vez em que esteve no STJD, o ex-juiz Eduardo Cristaldo Barilari foi julgado por negligenciar ocorrências, impossibilitar e dificultar a punição de infratores, sendo enquadrado no artigo 266. No entanto, ele foi absolvido pela Segunda Comissão Disciplinar, dia 1 de julho deste ano. O que faz com que o processo anterior, teoricamente, não agrave a queixa atual.
– Se ele foi absolvido anteriormente, então será julgado como réu primário. O que já foi decidido não pesa contra o ex-árbitro. A não ser que tenha uma sentença transitado em julgado, que, no momento, eu desconheço – garante o presidente do STJD, Rubens Aprobatto.
Por outro lado, o procurador-geral do STJD, Paulo Schimdt, afirma que Eduardo Cristaldo Barilari pode ser eliminado do futebol por representar uma ameaça ao jogo limpo no esporte.
– Apesar de eu não trabalhar no julgamento desta sexta-feira, sei que há uma discussão na Quarta Comissão Disciplinar para eliminar esse ex-árbitro. O que o impediria de apitar até em jogos amadores. O mais interessante é que a denúncia do Barilari voltou contra si mesmo. Após uma investigação do MP de Santa Catarina e do STJD, chegamos à conclusão de que o problema era o próprio ex-árbitro – afirma o procurador-geral do STJD, Paulo Schimdt.
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