O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu autorizar a participação do Iraque nos Jogos Olímpicos de Pequim, de 3 a 24 de agosto. No último dia 24, o COI anunciou a proibição da participação de esportistas do país nos Jogos em razão da "contínua interferência" do governo iraquiano nos assuntos do conselho executivo do comitê olímpico.

O anúncio foi feito por meio de uma nota divulgada nesta terça-feira. Segundo o comunicado, a autorização ao Iraque foi decidida após uma produtiva reunião na sede do COI, na cidade suíça de Lausanne. O governo iraquiano e a entidade fizeram um acordo para a transição dos poderes do comitê olímpico até sua independência total.

— O acordo restabelece a independência do comitê, que poderá com isso participar dos Jogos de Pequim — aponta o comunicado do COI.

O belga Jacques Rogge, presidente do COI, destacou:

— Elogio ao governo do Iraque por ter chegado a um acordo em prol do interesse dos esportistas do país. Sempre dissemos que queríamos ver os iraquianos em Pequim.

Em 4 de junho, o COI anunciou a suspensão "provisória" do Iraque pelo mesmo motivo pelo qual decretou a punição definitiva.

Segundo o COI, a dissolução do comitê olímpico iraquiano e de suas federações e a nomeação de um órgão interino presidido pelo ministro de Esportes é "uma clara ruptura" da autonomia do organismo olímpico nacional.

O comitê olímpico do Iraque funcionava sem ter presidente, depois de Ahmed al-Hiyie al-Samarrai ter sido seqüestrado em 15 de julho de 2006, sem que se saiba qualquer coisa sobre seu paradeiro desde então. Sua eleição tinha normalizado os esportes olímpicos no Iraque, após outra suspensão decretada pelo COI em maio de 2003, ao ser comprovado que Odei Hussein, filho de Saddam e presidente da entidade, transformara algumas instalações da mesma em câmara de tortura para atletas dissidentes.

O COI readmitiu os iraquianos em fevereiro de 2004, meses antes dos Jogos de Atenas. Sua seleção masculina de futebol chegou a disputar a medalha de bronze, mas perdeu para a Itália por 1 a 0.