| 24/07/2008 15h05min
O Comitê Olímpico do Iraque lamentou hoje a exclusão do país dos Jogos de Pequim, decisão tomada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) devido à suposta interferência do governo nos assuntos do conselho executivo.
– É um assunto que deveria ter sido resolvido amistosamente entre as instituições estatais e esportivas – comentou o porta-voz do comitê olímpico iraquiano, Taha al-Janabi.
Ainda segundo o porta-voz do comitê, a decisão do COI não beneficiará ninguém.
– Os laços entre a organização esportiva internacional e a iraquiana deviam ser excelentes e baseadas no respeito mútuo, mas é uma pena que não seja assim – comentou.
A reação do comitê iraquiano ocorre horas depois do anúncio feito pelo COI. O Iraque enviaria uma delegação de sete esportistas, que competiriam nas modalidades de atletismo, judô, tiro com arco, remo e halterofilismo.
A agência de notícias independente Aswat al-Iraq publicou nesta quinta-feira o conteúdo da mensagem enviada pelas autoridades olímpicas ao ministro de Juventude e Esportes iraquiano, Yassin Mohammed Jaafar, para comunicá-lo da decisão.
– Os convites aos atletas iraquianos foram retirados e serão repassados a outros comitês olímpicos nacionais – diz um trecho da carta assinada por Pere Miró, diretor de relações da entidade com comitês nacionais.
Em 4 de junho, o COI anunciou a suspensão “provisória” do Iraque. Segundo o COI, a dissolução do comitê olímpico iraquiano e de suas federações e a nomeação de um órgão interino presidido pelo ministro de Esportes é “uma clara ruptura” da autonomia do organismo.
O comitê olímpico do Iraque funcionava sem ter presidente, depois de Ahmed al-Hiyie al-Samarrai ter sido seqüestrado em 15 de julho de 2006. Desde então, não se sabe qualquer coisa sobre seu paradeiro.
Sua eleição tinha normalizado os esportes olímpicos no Iraque, após outra suspensão decretada pelo COI em maio de 2003, ao ser comprovado que Odei Hussein, filho de Saddam e presidente da entidade, transformara algumas instalações da mesma em câmara de tortura para atletas dissidentes.
O COI readmitiu os iraquianos em fevereiro de 2004, meses antes dos Jogos de Atenas. A seleção de futebol chegou a disputar a medalha de bronze no torneio masculino, mas perdeu para a Itália por 1 a 0.
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