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 | 18/07/2008 04h05min

Adilson Batista enfrenta o Grêmio e a rejeição da torcida cruzeirense

Vice-líder do Brasileirão, técnico segue contestado pela torcida, que não aceitou eliminação da Libertadores

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Campeão mineiro e vice-líder do Brasileirão, com 24 pontos, o técnico Adilson Batista, 40 anos, tem tudo para viver em paz com a torcida do Cruzeiro. A realidade, porém, passa longe disso. Apesar da campanha, ele é contestado. Algo parecido com o que acontece com Celso Roth, responsável por manter o Grêmio entre os quatro melhores desde o início do campeonato.

Quarta-feira, durante o jogo contra o Atlético-PR, à beira do gramado do Mineirão, o ex-zagueiro do Grêmio, campeão da Libertadores de 1995, ouviu vaias da torcida. Só obteve trégua, quando Elicarlos marcou o único gol do jogo, aos 40 minutos do segundo tempo. Foi a sétima vitória no Brasileirão.

Uma suposta falta de ousadia está no centro das críticas feitas ao treinador, hostilizado até mesmo na vitória por 2 a 1 no clássico contra o Atlético-MG. Desde o início do Brasileirão, não foram poucas as vezes em que Adilson optou por colocar marcadores no lugar de atacantes - na tentativa de segurar resultados.

Não bastasse isso, ainda resta inconformismo com a forma como o Cruzeiro foi eliminado pelo Boca Juniors na Libertadores. Foram duas derrotas após uma campanha irrepreensível nas primeiras fases.

Uma certa implicância do técnico com a pouca capacidade de marcação do lateral-esquerdo Jadilson agrava a crise de relacionamento. Um dos preferidos da torcida, Jadilson, ex-Goiás e São Paulo, costuma ser substituído em campo pelo lateral-direito Jonathan, mais afeito ao combate.

— Tento fazer o meu melhor. Às vezes a gente acerta, às vezes a gente erra. Futebol é coletivo. Nem sempre a responsabilidade é só do técnico — afirma Adilson.

Apesar das restrições, o time balançou apenas uma vez em 12 rodadas deste Campeonato Brasileiro. Foi durante a goleada de 5 a 2 sofrida diante do Palmeiras, na sexta rodada. O empate com o Ipatinga foi considerado normal. Era clássico.

Este ano, após um dos seguidos conflitos com os torcedores do Estádio Mineirão, Adilson mandou um recado: vão ter de agüentá-lo até o final do ano.

Tabela e simulador de resultados do Brasileirão:

Jorge Gontijo, BD  / 

A cada vez que Adilson (D) substitui o lateral-esquerdo Jadilson (E), o preferido dos torcedores, há vaias no Mineirão: técnico é acusado de ser pouco ousado
Foto:  Jorge Gontijo, BD


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