| 29/06/2008 17h36min
Depois de 44 anos, a Espanha voltou a ser campeã da Eurocopa. Neste domingo, a Fúria superou a Alemanha por 1 a 0 no Estádio Ernst Happel, em Viena, e conquistou o título torneio europeu de seleções pela segunda vez, repetindo o feito de 1964, quando bateu a União Soviética na decisão.
De quebra, a Fúria começa a acabar com a má fama de “morrer na praia”. O título coroou uma campanha quase perfeita dos espanhóis. Depois de vencer Rússia, Suécia e Grécia na primeira fase, a equipe passou pela Itália nas quartas-de-final, nos pênaltis, e novamente pelos russos nas semifinais. Na decisão, desbancaram os favoritos.
Os alemães, por sua vez, demonstraram na decisão a instabilidade que exibiram ao longo de toda a competição. Depois de vencerem a Polônia na estréia, foram derrotados pela Croácia e se classificaram com uma vitória sobre a Áustria. Embalaram superando portugueses e turcos antes de chegarem à final.
A Espanha ainda entrou em campo com a desvantagem de não contar com o atacante David Villa, artilheiro da Euro 2008 com quatro gols e vítima de um estiramento muscular na coxa na partida das semifinais contra a Rússia. Para piorar, os comandados de Luis Aragonés ainda viram o meia Michael Ballack, dado como dúvida para a partida, começar entre os titulares da Alemanha.
Os espanhóis iniciaram o jogo sufocados pelo toque de bola dos alemães, que chegaram a ter três boas chances nos primeiros 10 minutos. Na melhor delas, logo aos três, Sérgio Ramos errou na saída de bola e foi desarmado por Miroslav Klose, que tentou o avanço, mas adiantou demais a bola e mandou pela linha de fundo.
A resposta espanhola, porém, não demorou a vir. Aos 13, Xavi fez bom passe para Iniesta cruzar na área. A bola saiu torta, mas desviou na defesa germânica e foi em cima de Jens Lehmann, que precisou se esticar todo para espalmar. A partir desse momento, a Fúria já era superior em campo e quase abriu o placar em cabeçada de Fernando Torres na trave, aos 21 minutos.
Mas os torcedores espanhóis, que eram minoria no estádio, não precisaram esperar muito para comemorar. Aos 33 minutos, Fernando Torres recebeu um passe longo de Xavi na direita, ganhou de Lahm na velocidade e na força, entrou na área e tocou na saída de Lehmann. Um gol de oportunismo e muita técnica do atacante do Liverpool.
No segundo tempo, a Alemanha veio com Jansen no lugar de Lahm. Pouco depois, o brasileiro naturalizado alemão Kevin Kuranyi entrou no lugar de Hitzlsperger, na tentativa do treinador em reforçar o ataque alemão. As mudanças, no entanto, não surtiram o efeito desejado e a Alemanha começou a sofrer com a velocidade dos contra-ataques espanhóis.
Aos nove minutos, Xavi lançou Torres de novo na direita, em um replay do primeiro gol. Desta vez, porém, Lehmann saiu nos pés do espanhol e evitou o segundo. Aos 22, a Fúria deu uma blitz na área alemã. Sérgio Ramos, de cabeça, obrigou Lehmann a fazer grande defesa. Na seqüencia da jogada, Frings salvou um chute de Iniesta em cima da linha de gol.
A essa altura da partida, a Alemanha dava claras demonstrações de que não conseguiria reverter o resultado. O time parecia esgotado fisicamente e pouco chegava à defesa adversária. O jogo aéreo alemão, uma das qualidades do time, fora completamente neutralizado pela defesa espanhola. Aí foi só esperar o apito final para comemorar.
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