Durante mais de uma hora neste domingo à noite, o técnico Tite concedeu entrevista à Rádio Gaúcha. Repetiu muito do que havia falado no sábado, depois da vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo.

— Tem que jogar bem e vencer. Jogar bem (frisou) e vencer. Isso dá personalidade e confiança. Eu não acredito em futebol de resultado, em time que o próprio goleiro é o melhor em campo, leva duas bolas na trave e acha um gol. A confiança é gerada com bom futebol — justifica.

Para Tite, o Inter passará a associar boas atuações e vitórias quando valorizar domínio de jogo e posse de bola. O treinador utilizou o argentino Boca Juniors como referência.

— O Boca é a melhor equipe sul-americana. Olha o Palermo, que faz marcação pressão na saída de bola. É isso que eu quero: espírito competitivo — compara.

Tite reiterou que vai implantar no Inter uma variação do esquema 4-4-2, com uma linha de quatro defensores (dois laterais e dois zagueiros), um volante centralizado, dois armadores pelos lados e dois meias se aproximando de Nilmar. Segundo ele, este foi o ponto principal de sua conversa com os jogadores antes da partida contra o Botafogo.

— Não vejo a possibilidade do 3-5-2. Hoje, pela característica dos jogadores, é essa a base. Era isso que eu repetia para os jogadores: é linha de quatro! É linha de quatro, para dar confiança. Minha exigência maior foi a obediência tática — disse.

Reforços

Com a saída de Fernandão, Tite começa a projetar substitutos que qualifiquem o grupo, embora admita que é difícil encontrar atleta com as mesmas características:

— Tenho nomes e já conversamos (com os dirigentes) sobre isso. Mas não vamos divulgar porque isso pode valorizar demais o passe. Estamos de olho no mercado brasileiro e no Exterior. Um meia de articulação e penetração, criativo, da penúltima jogada, é muito difícil. É raro. Tu vê a dificuldade que teremos.