| 05/06/2008 13h21min
O Grêmio entrou no gramado do Maracanã no dia 5 de junho de 1983 apenas para cumprir tabela. Já classificado para as semifinais da Libertadores, o Tricolor foi até o Rio de Janeiro enfrentar o rival Flamengo, já eliminado, num domingo à tarde com cerca de 6 mil torcedores nas arquibancadas.
Esta é a terceira reportagem de uma série especial do clicRBS sobre os 25 anos da conquista da Libertadores de 1983 pelo Grêmio
O cenário indicava um jogo morno e dois adversários desmotivados. Mas o Grêmio, que tinha Beto no gol, pois Mazaropi ainda não tinha sido inscrito na Libertadores, dominou o jogo desde o início e já ganhava por 3 a 0 antes dos 30 minutos do primeiro tempo. O Flamengo evitou uma goleada histórica no segundo tempo e a partida terminou com vitória gremista por 3 a 1. O meia Tita abriu o placar com um golaço de cobertura.
– Foi o gol do Fantástico naquele final de semana – lembra o ex-jogador, hoje técnico do Macaé, do Rio de Janeiro.
Enfrentar o Flamengo teve um gosto especial para Tita, criado nas categorias de base do clube carioca. Sem espaço no time flamenguista, cuja estrela era Zico, Tita foi emprestado ao Grêmio no final de 1982.
– Ir para o Grêmio naquele momento era uma aposta. Então, ter eliminado o Flamengo, ter participado daquela vitória de 3 a 1 e marcado o gol como eu marquei foi uma conquista muito importante para mim. Aquilo ali foi um divisor de águas na minha carreira.
Adaptação ao futebol gaúcho
Apesar do estilo de jogo gaúcho completamente diferente ao estilo carioca, o ex-jogador garante que a adaptação ao Rio Grande do Sul foi tranqüila.
– Eu me adaptei muito rápido. Nos meus dois primeiros jogos no Grêmio eu marquei gols. Em uma semana de Grêmio já parecia que eu estava no clube há três anos.
Para Tita, o ponto fundamental para a conquista da Libertadores de 1983 foi a mescla de jogadores experientes e novatos.
– Os jogadores jovens estavam buscando espaço no time e no cenário nacional. Por exemplo, tinha Paulo Roberto, Bonamigo, Renato Gaúcho, o Paulo César, Baidek, o Leandro. Isso é muito importante para o grupo. Ao mesmo tempo, tinha jogadores com experiência como o Hugo De Léon, o Mazaropi, eu, o César. Aí se criou um conjunto muito forte.
Fora do Mundial
Tita deixou o Olímpico no segundo semestre de 1983, ao término do seu empréstimo. Voltou ao Flamengo para assumir a camisa 10 e a vaga de Zico, vendido à Udinese, da Itália. Ficou fora, assim, da conquista do Mundial contra o Hamburgo.
– Eu tinha que voltar para o Flamengo de qualquer jeito. Meu contrato com o Grêmio terminava antes do Mundial e o preço do passe não estava fixado. De qualquer forma eu ia voltar para o Flamengo. Além disso, o Zico tinha sido vendido. Era uma boa oportunidade para mim.
Em 1985, Tita teve uma passagem pelo Inter. Jogou ainda no Vasco e no Bayer Leverkusen, onde foi campeão da Copa da Uefa de 1988, e participou da Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1990. Encerrou a carreira em 1997. Dois anos depois, começou a trabalhar como treinador. Já dirigiu 11 equipes, entre elas o Vasco e o Urawa Reds (JAP).
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