| 04/06/2008 13h38min
A cidade do Rio de Janeiro, anunciada hoje como uma das finalistas para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, aposta nas estruturas do Pan-Americano e da Copa de 2014 para conseguir o inédito feito. Em anúncio na cidade de Atenas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou o Rio na disputa, além de Chicago, nos Estados Unidos; Madri, capital espanhola; e Tóquio, no Japão. Foram eliminadas as propostas de Doha (Catar), Baku (Azerbaijão) e Praga (República Tcheca).
As instalações já construídas para os Jogos Pan-Americanos de 2007, a estrutura da Copa do Mundo de 2014 e o bom momento da economia são alguns dos aliados da candidatura dos cariocas. O projeto apresentado ao COI em 8 de janeiro já mostrava que a estrutura dos Jogos Pan-Americanos seria muito usada.
O evento de 2007 também terá importância na redução de gastos, já que o orçamento preliminar para as instalações esportivas será de US$ 508 milhões — o que, segundo Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê
Olímpico Brasileiro (COB),
representa apenas um terço do que está orçado para os Jogos de 2012, em Londres.
Depois que a Fifa concedeu a organização do Mundial de 2014 ao Brasil, dirigentes esportivos e políticos se disseram esperançosos de que o país também pudesse sediar os Jogos. O próprio presidente do COI, o belga Jacques Rogge, afirmou que a realização do Mundial garantiria que os Jogos teriam grande parte de sua infra-estrutura pronta de maneira antecipada. Segundo Nuzman, 50% das instalações esportivas a serem utilizadas em 2016 já existem. O projeto inclui a distribuição das atividades em quatro núcleos divididos por toda a cidade. O presidente do COB garantiu que o projeto será o mais compacto entre todas as candidaturas.
A primeira área será na Barra da Tijuca, na zona oeste, onde ficarão a Vila Olímpica e o centro de imprensa. O Riocentro terá instalações para esportes como ginástica rítmica, halterofilismo e tênis de mesa. O Centro Olímpico Nacional de Treinamento será construído
na mesma região, no local
onde fica atualmente o Autódromo de Jacarepaguá. A área seria palco dos eventos de basquete, judô, lutas, esgrima, handebol, hóquei e pólo aquático.
Por sua vez, o núcleo do estádio do Maracanã, localizado a 25 quilômetros da Vila, sediará as cerimônias de abertura e encerramento, além dos jogos de futebol. Ao lado fica o ginásio do Maracanãzinho, que receberá o vôlei. O Engenhão, estádio atualmente administrado pelo Botafogo e construído especialmente para o Pan, terá de ser ampliado para cumprir as metas do COI.
A grande novidade será o Sambódromo, palco dos desfiles das escolas de samba do Carnaval. O local receberá as finais do tiro com arco e a chegada da maratona. Já os esportes aquáticos serão realizados no núcleo de Copacabana, enquanto o de Deodoro será sede das competições de hipismo, pentatlo moderno e ciclismo. O COB também apresentou um orçamento de US$ 2,631 bilhões para desenvolver o sistema de transporte da cidade, que também seguirá o modelo do Pan.
Quase 50% deste
valor será destinado à criação de três corredores expressos para ônibus, o que exigirá a construção de novos túneis e estradas. A intenção é reduzir pela metade o tempo de deslocamento entre os diferentes núcleos de competições, que superava uma hora durante os Jogos Pan-americanos. Se a questão dos transportes ainda precisa de melhorias, a situação econômica do país é um dos pontos fortes da candidatura do Rio de Janeiro.
Outro fator que pode colaborar com a candidatura do Rio é o fato de a América do Sul nunca ter sediado os Jogos Olímpicos. Brasília já foi candidata para a edição de 2000, mas desistiu antes da votação. O Rio apareceu como postulante também para os Jogos de 2004 e 2012, mas foi descartado na primeira rodada eliminatória nas duas vezes. A grande adversária do Rio será Chicago, maior cidade do estado de Illinois.
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