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 | 26/05/2008 05h43min

Ruy Carlos Ostermann: O mais e o menos

O Cruzeiro não apenas confirmou a liderança em três rodadas do Brasileirão como goleou o Santos por 4 a 0 no Mineirão, reapresentando o trabalho sério e competente de Adílson Batista. O Grêmio esperava menos do Cruzeiro, esperava até que não vencesse para subir na tabela e ser um dos líderes, o que já é com sete pontos, um empate com todos os gols desperdiçados contra o Flamengo e duas vitórias. A de sábado, contra o líder Náutico, o mesmo da epopéia dos Aflitos, teve a consistência das boas e sólidas vitórias. Se houve riscos - e um foi terrível, a trapalhada de Pereira e a bola limpa para Felipe - , o time de Celso Roth revelou seu novo recurso, o goleiro Victor. Uma das mais antigas queixas de torcedor que me lembre é essa, desde a saída de Danrlei: a falta de um goleiro como ele fora. Pois Victor, ou muito todos nós podemos nos enganar, é o primeiro goleiro para essa correção histórica.

O time de Celso Roth fechou bem a sua defesa, Leo fez gol, Réver controlou o fundo, os dois alas-laterais Paulo Sérgio e Hélder (pena que tenha recebido o terceiro cartão) ampliaram o campo, e Eduardo Costa e Rafael Carioca compuseram a primeira linha de marcação com autorizadas subidas. E, finalmente, além das habilidades de Roger, reapareceram Perea, com um gol perfeito de contra-ataque, mas também Soares, um pouco abaixo, jogou mais.

Identidade?
O Inter perdeu outra vez quase pelas mesmas razões: estava bem desfalcado, mas bem escalado para contar os avanços competentes de Moura e Juan, os dois laterais mais ativos do futebol brasileiro, com a tarefa de que foi incumbido Ramon e Jonas. Os zagueiros funcionaram bem no primeiro tempo. Nilmar fez seu gol finalmente (e perdeu outro com bola e tudo, mas sem o desfecho). Quase tudo funcionava bem, ate a vitória parcial estava assegurada, certamente o Flamengo teria de se redobrar. E foi o que fez, apertando a marcação e, o que foi decisivo, fazendo dois em 10 minutos. Gols que em todo o primeiro tempo e time de Abel nem podia imaginar. Falta de cobertura, desatenção, um falecimento defensivo que só não surpreende porque o time de Caio Júnior no segundo tempo era outro e muito rápido. O Inter terminou o jogo tentando se salvar com todos os atacantes disponíveis em campo e um esforço de reoganização com Alex mais centrado, ganhou o controle do jogo outra quase empatou com Gil, mas ficou nisso.

Depois do jogo alguém disse que o Inter teria perdido a sua identidade. É uma constatação com gravidade e possível conseqüência, mas o que é mesmo que foi tão nítido e seguro no primeiro tempo e depois se perdeu por determinantes 15 minutos do segundo tempo. A identidade, ou seja, o nome do clube, dos jogadores, da camisa e da torcida, é uma perda maior do que essa.

ZERO HORA

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