| 20/05/2008 21h32min
Com as apresentações do ponteiro Giba e do líbero Sérgio Escadinha, a seleção brasileira adulta masculina já treina completa no Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema (RJ). O grupo de 19 jogadores convocados pelo técnico Bernardinho se prepara para a disputa da Liga Mundial, primeira competição do ano, entre junho e julho, e para os Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto. O Brasil tentará o octacampeonato da Liga Mundial e lutará pelo tricampeonato olímpico. O primeiro compromisso da temporada é no dia 14 de junho, contra a Sérvia, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, pela primeira rodada da Fase Intercontinental da Liga Mundial.
Com o grupo treinando completo em Saquarema, Bernardinho destaca o alto nível do trabalho realizado pela equipe tendo em vista os desafios da temporada 2008. Segundo o treinador, é na fase preparatória que a seleção brasileira leva vantagem sobre seus adversários.
— Não nos consideramos melhores que nenhuma outra seleção, mas sempre buscamos estar mais bem preparados que nossos rivais. Nosso modelo de preparação já vem sendo copiado por muitas equipes no mundo. Precisamos, a cada competição, provar nossa condição. Para este grupo, manter o ritmo de conquistas se tornou uma causa pela qual lutamos. Este ano provavelmente será o último com o grupo completo e isso nos serve como motivação e motivo de reflexão para buscarmos nosso melhor — disse Bernardinho.
O ponteiro Giba, vice-campeão russo pelo Iska Odsintovo, reforçou as palavras do treinador e garantiu que o foco do grupo está totalmente voltado para os treinamentos em Saquarema. Para o capitão brasileiro, o fato de a fase final da Liga Mundial ser disputada no Rio de Janeiro é extremamente positivo para a preparação da equipe para a Olimpíada.
— Temos uma vontade enorme de fechar mais um ciclo olímpico com uma medalha de ouro. O grupo está muito motivado por este objetivo. A prioridade é os Jogos Olímpicos, mas a Liga Mundial, além de um treinamento de luxo, será muito importante para nós. Teremos a oportunidade de disputar a fase final no Brasil e isso nos deixará perto de nossos amigos e familiares pouco antes do embarque para Pequim. Seremos a única seleção a ter este privilégio e vamos aproveitá-lo — contou Giba.
Paranaense de Londrina, Giba, de 31 anos, espera reencontrar o ginásio do Maracanãzinho lotado nas finais da Liga Mundial, assim como aconteceu nos Jogos Pan-Americanos, em julho de 2007.
— Ainda temos as lembranças do Pan-Americano bem vivas na memória. Esperamos viver aqueles momentos mágicos novamente e retribuir mais uma vez todo o carinho da torcida. Passamos boa parte do ano fora do país e é sempre muito legal jogar no Brasil, especialmente se tratando da fase decisiva de uma competição.
Segundo lugar engasgado
Giba espera que o Brasil repita o feito de 1993, quando a seleção venceu a Liga Mundial pela única vez no país. Naquela ocasião, a fase final foi disputada em São Paulo. Em 2002, no ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte, a seleção foi derrotada pela Rússia na decisão.
— Apesar de todos os títulos que conquistamos de lá para cá, aquela derrota foi marcante. Ainda está engasgada. Estávamos seguros demais, já que havíamos os derrotado por 3 sets a 0 antes. O grupo era bem mais jovem que hoje, estávamos apenas iniciando o ciclo olímpico.
O líbero Sérgio Escadinha, de 32 anos, também não se esquece do vice-campeonato de 2002. O defensor alerta a equipe para que não repita os erros daquela temporada.
— Todos achavam que seria um jogo fácil e acabamos derrotados. Foi uma armadilha na qual acabamos caindo, mas aprendemos muito com esta derrota, tanto que no fim do ano nos superamos e vencemos o Campeonato Mundial. O grupo hoje está muito mais experiente e sabe que não pode ser influenciado por fatores externos — disse Sérgio, que foi vice-campeão italiano e europeu com o Piacenza, da Itália.
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