| 15/05/2008 05h37min
O Paulo Roberto Falcão: Fator local inexplicável do resultado de ontem na Ilha de Retiro foi o Internacional ter se encolhido no segundo tempo, exatamente quando tinha um jogador a mais em campo. Prevaleceu o fator local, que tem sido decisivo nesta Copa do Brasil, mas não a lógica. O normal teria sido o Inter se retrair depois de levar o primeiro gol do Sport, logo aos dois minutos de partida. Mas não: o time de Abel jogou um ótimo primeiro tempo, marcou o Sport no seu campo e chegou ao empate numa jogada excepcional do zagueiro Sidnei, que foi ala, ponta e centroavante ao mesmo tempo.
O lógico, com o empate que lhe dava a classificação e obrigava o adversário a marcar mais dois gols, era que o Internacional continuasse utilizando a mesma estratégia na volta a campo. Só que o Sport voltou mais determinado e marcou o segundo gol aos 16 minutos. Aos 22, Luciano Henrique foi expulso e nem assim o Sport reduziu a pressão. Clemer salvou a equipe aos 31 minutos, numa defesa acrobática e muito
difícil.
Mas aos 33 ele não conseguiu alcançar o chute potente de Durval, que liquidou o jogo para o Sport numa cobrança de falta.
O Inter perdeu uma grande oportunidade de chegar à Libertadores, pois tem tanta qualidade quanto os demais semifinalistas. Mas não soube vencer o fator local, que o ajudou nos confrontos anteriores, quando jogou a segunda partida em casa.
Semifinalistas
O Corinthians, de Mano Menezes, foi o primeiro classificado para as semifinais da Copa do Brasil, que agora reúne apenas equipes tradicionais. Ontem, o Vasco terminou de despachar o Corinthians alagoano, com escores que não deixam dúvidas sobre sua superioridade: 5 a 1 (no primeiro jogo) e 3 a 1 (ontem). O time de Antônio Lopes vai com boas credenciais para a fase decisiva.
Drible
A direção do Internacional mostrou agilidade e esperteza ao driblar os torcedores do Sport que promoveram foguetório nas
cercanias do Hotel Atlante Plaza, na Praia da Boa Viagem, onde os jogadores
deveriam passar a noite. Sem uniforme do clube e sem serem vistos por ninguém, os atletas saíram pelo subsolo do hotel e foram dormir num resort em Cabo de Santo Agostinho, a 37 quilômetros do barulho. Mas o episódio dá continuidade a uma lamentável prática, que vem sendo usada também por torcedores dos clubes gaúchos e que precisa ser erradicada do futebol. Nunca vi uma coisa dessas fora do país. Na Europa, perturbar o sono dos adversários seria uma coisa impensável. Mesmo no Brasil, isso é coisa recente. Durante todo o tempo que joguei, lembro de ter trocado apenas duas vezes de concentração, naquela final de 1976 contra o Corinthians e numa outra final. Mas naquele tempo ficávamos concentrados no estádio. O problema maior era a movimentação de torcedores - e não o foguetório. Foguete com o objetivo de perturbar jogadores é coisa de gente desequilibrada.
Lealdade
Acompanhei ontem, pela televisão, a final da Copa da Uefa, com a vitória do Zenit, de
São Petersburgo, sobre o
Glasgow Rangers, da Escócia. Fiquei impressionado com a lealdade e o cavalheirismo dos dois times num jogo decisivo.
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