| 13/05/2008 03h36min
Para a Promotoria Especializada de Justiça dos Direitos Humanos, um avanço. Para os clubes, um problema. O certo é que, no primeiro jogo em Porto Alegre após o protocolo de intenções celebrado entre CBF e Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG), não houve dribles à proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios.
Foi assim no Beira-Rio, na vitória do Inter sobre o Vasco. Espera-se o mesmo no domingo, quando o Grêmio enfrentará o Flamengo no Olímpico. Houve apenas uma dúvida em relação ao acordo assinado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o presidente do CNPG, Marfan Vieira, para reduzir a violência no futebol.
O texto proíbe a comercialização no interior dos estádios. Mas o que é exatamente "no interior"? Apenas das roletas para dentro? Ou o pátio está incluído, já que ali há bares e restaurantes? Contra o Vasco, o Inter adotou a primeira opção. O torcedor podia comprar cerveja até entregar o cartão
magnético ao
controlador. Dali em diante, só latinhas sem álcool.
— Não foi fraude, não: o consumo no pátio realmente não foi vedado — esclarece o promotor Renoir Cunha, encarregado do cumprimento da norma no Rio Grande do Sul. — Não que seja o ideal. Na minha opinião, o correto seria proibir em um raio de até mil metros ao redor do estádio, três horas antes e depois dos jogos.
O descumprimento da norma pode resultar em perda do mando de campo. Renoir espera ajuda dos clubes.
O Inter pediu à CBF o adiamento da resolução. Quer um ano para se adequar à nova realidade, já que este foi o prazo definido pela lei do deputado Miki Breier (PSB) aprovada na Assembléia Legislativa sobre o mesmo assunto. A alegação é de que os contratos com ecônomos e fornecedores terminam só em quatro anos.
— Estamos lutando pela prorrogação da regra da CBF. Mas não entraremos em confronto — afirmou Luiz Antônio Lopes, vice jurídico do Inter.
O
presidente do CNPG, Marfan Vieira, diz que a iniciativa é
válida.
— Pesquisa feita no Mineirão mostra que houve redução de 70% nos índices de violência após a proibição — disse Marfan, referindo-se a Minas Gerais, que tem legislação estadual acerca do tema desde 2006.
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