Os jogadores do Levante, lanterna do Campeonato Espanhol e já rebaixado para a segunda divisão, anunciaram nesta segunda que vão iniciar no sábado uma greve por tempo indeterminado. O plantel do clube protesta contra o não cumprimento de acordos assinados em abril pela diretoria, que atrasou os salários do grupo. Desta forma, o Levante não deve entrar em campo na última rodada do Espanhol, quando enfrenta o Real Madrid no Santiago Bernabéu.

O capitão da equipe, Luis Manuel Rubiales, concedeu uma entrevista coletiva ao lado dos companheiros Iñaki Desgarga, Pablo Cavallero e de Gerardo Movilla, presidente da Associação de Jogadores Espanhóis (AFE, na sigla em espanhol). Movilla e Rubiales afirmaram que o Real Madrid foi o primeiro a ser comunicado da decisão e que atletas e comissão técnica da equipe da capital espanhola apóiam e compreendem a situação do Levante, apesar de ser o jogo da comemoração do título.

– O Real Madrid tem torcedores em toda Espanha, inclusive em nosso time. Somos os primeiros interessados em não prejudicá-los – explicou Rubiales.

Ramón Calderón, presidente do Real, propôs a Movilla que a partida fosse adiada e se mostrou disposto a colaborar com qualquer iniciativa da AFE. Movilla disse entender que "o Real Madrid deve festejar seu título, mas infelizmente há um time que não recebe há dois anos". O presidente da AFE também afirmou que a partida é a "última chance que os jogadores do Levante terão para ser notícia" e conseguir a atenção da imprensa.

O problema de atraso dos pagamentos existe há dois anos, mas se agravou em 2007, causando inclusive a saída do atacante brasileiro Sávio. Em abril de 2008, o elenco ameaçou entrar em greve, mas mudou de idéia após entrar em acordo com a diretoria. Segundo Rubiales, as dívidas chegam a € 8 milhões. Na última quinta, os jogadores do Levante invadiram o escritório do ex-acionista majoritário do clube, Pedro Villarroel, para cobrar salários atrasados.

AGÊNCIA EFE