O técnico Muricy Ramalho nunca foi adepto da tese de poupar titulares quando disputa duas competições simultâneas. Foi assim na fase decisiva da Libertadores de 2006, por exemplo, quando o São Paulo ia praticamente completo no Brasileirão. Mas desta vez, contra o Grêmio, neste sábado, o próprio Muricy admite: será diferente.

Com um grupo reduzido — apenas 24 jogadores, além dos goleiros — , o técnico não tem outra alternativa senão evitar riscos na largada do Campeonato Brasileiro. O primeiro jogo das quartas-de-final da Libertadores contra o Fluminense é na quarta-feira. Qualquer lesão no sábado, diante do Grêmio, praticamente inviabilizaria a recuperação em pouco mais de 72 horas. Mesmo que as duas partidas, contra Grêmio e Fluminense, sejam no Morumbi.

— Não adianta. O nosso elenco é curto. Vamos ver — disse Muricy após a vitória por 2 a 0 sobre o Nacional, do Uruguai, na qual adiantou que o retorno de lesão de Jorge Wagner será adiado para lhe dar mais tempo de recuperação até o Fluminense.

O zagueiro Miranda e o volante Hernanes, considerado por Muricy o jogador mais importante do São Paulo, deverão ser poupados. Adriano é dúvida. Goleador do time, pode dar lugar a Aloísio, por quem os paulistas recusaram oferta do Grêmio.

Mesmo com reservas, a equipe do São Paulo é perigosa, ainda que o Morumbi deva receber público escasso diante do Grêmio. Para se ter idéia de onde está a cabeça do torcedor são-paulino, basta dizer que hoje começa a venda de ingressos - para a Libertadores. Dagoberto, no entanto, que voltou a marcar gol contra o Nacional após seis meses, quer recuperar o espaço perdido. E o jogo de sábado pode ser a sua chance:

— Fiquei fora e respeitei quem estava no time. Quero recuperar o meu lugar jogando — avisou Dagoberto.

Assim, Muricy deve colocar em campo um misto reforçado. Contará com jogadores de primeira linha, como Jancarlos, recém-contratado ao Atlético-PR, o zagueiro Juninho, estrela no Botafogo e ainda em débito no Morumbi, o lateral-esquerdo Júnior e Hugo, pretendido pelo Grêmio.