| 05/05/2008 05h35min
O Inter fez mais do que ganhar o jogo decisivo. Implacável, triturou o Juventude. Havia perdido três jogos, sofrido cinco gols sem ter marcado um único gol. Ontem, ganhou a partida que valia, realmente, devolvendo o prejuízo com correção. No saldo, transformou seis gols negativos em dois positivos. Desconheceu que havia um adversário em campo. Passou por cima, com a autoridade de quem comemorou, recentemente, o mais importante título do futebol mundial. Nos quatro primeiros meses do ano, ergueu troféus de campeão nas duas competições que disputou: Torneio de Dubai e Gauchão. O moedor colorado é 100%, em 2008. Agora, de olho na Copa do Brasil.
Inédito
Aos 15 minutos da etapa final, os cerca de 800 torcedores do Juventude ergueram-se das arquibancadas e foram embora. Com a cabeça baixa, foram apenas observados pelos colorados. Foi um momento raro no futebol em que a dor dos vencidos foi respeitada pelos vencedores.
Time grande
Fernandão repetiu várias
vezes, durante a semana, que não estava aflito pelo erro cometido no Alfredo Jaconi, pois sabia que jogava em um time grande, capaz de transformar a derrota em uma consagradora vitória. Em campo, Fernandão esbanjou liderança e carisma. Marcou três gols, conduziu o time para o título e compensou, plenamente, dificuldades passadas. Foi o grande nome da vitória.
Eles são essenciais
O torcedor colorado robusteceu a sua esperança quando, na sexta-feira, confirmou-se que eram boas as possibilidades de que Guiñazu e Alex jogassem. Eles foram essenciais. Nem parecia que o argentino se recuperara em curtíssimo tempo de uma artroscopia no joelho e Alex ficara parado duas semanas, curando uma lesão de tornozelo. Com esta dupla, o Inter fica muito maior.
Abel reconsidera
Abel surpreende, às vezes, por decisões incompreensíveis. Na maior parte das vezes, porém, ele é um comandante entusiasmado e
competente. Quando perdeu todos os volantes, Abel ignorou Danny
Morais, mexeu no time inteiro e se deu mal. Teve a grandeza de reconsiderar e escalou o garoto para o difícil jogo contra o Juventude, no Alfredo Jaconi. Fez mais, sensibilizado pela boa atuação de Danny, confirmou-o para a decisão, mesmo tendo Jonas. Acertou, o menino abriu caminho para a goleada e teve um desempenho seguro. Modesto, o treinador festejou o título que lhe faltava creditando aos jogadores os méritos da conquista.
Espaço aéreo aberto
Ninguém esperava que a defesa do Juventude estivesse tão vulnerável pelo alto. Nem que o Inter recuperasse a sua eficiência na jogada aérea, com tanta eficiência. Fernandão, ontem, voou. Quando o capitão quer... sai da frente.
Dignidade
Goleado, o Juventude em momento algum deixou de lutar para bater. A exceção foi Pérez que tentou acertar o tornozelo recém recuperado de Alex e pegou forte o de Magrão. Seu time teve grandeza.
Créu
Quando marcou o sétimo gol do Inter, Índio não
se conteve e ensaiou a dança do créu. Foi o momento mais gracioso do jogo.
Papo meleca
Dois jovens colorados se encontram:
— E aê, magrão, tudo bem?
— Bah, brother, tô octa legal.
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