| 05/05/2008 05h27min
Não ouvi a preleção de Abel, mas sou capaz de apostar que ele motivou seu time com frases deste tipo: "Vamos acabar com essa história de touca. Eles já nos ganharam três vezes, agora estamos com a chance de devolver tudo num jogo decisivo. Esse é um título que ainda não tenho. Temos que dar uma alegria para esta torcida que sofreu na fila em volta do estádio". Se não disse isso, os jogadores do Internacional se conscientizaram por conta própria de que o jogo de ontem era para a história. E promoveram um verdadeiro ciclone sobre o Juventude, que ficou sem energia e saiu verdadeiramente flagelado do Beira-Rio.
Mais eficiente do que a preleção de Abel, porém, foi a maneira como ele organizou o time do Internacional, com o retorno de Alex e Guiñazu, a presença de Danny Morais como volante com chegada na frente e aproveitamento da altura dos seus jogadores. Em pelo menos três gols, este fator prevaleceu sobre a defesa do Juventude.
Sabia-se que o Internacional tinha uma
equipe superior em técnica
ao seu adversário, embora esta vantagem não tivesse aparecido nos três confrontos anteriores vencidos pelos caxienses. Ontem, porém, o Inter teve superioridade técnica e teve determinação maior. Como era previsível, os dois times começaram o jogo dispostos a decidir no início, mas o equilíbrio durou apenas até a metade do primeiro tempo. Foi sair o primeiro gol e o Juventude começou a desmoronar.
A goleada não deixa qualquer dúvida e confirma previsão de Zetti: "De nada adianta termos vencido três jogos se não ganharmos o decisivo". Talvez o Juventude nem merecesse um massacre tão grande, pela campanha que fez. Mas a torcida do Inter - como bem lembrou Abel na preleção, ou como deveria ter lembrado - merecia a festa que começou no Beira-Rio e se espalhou pelo Estado ainda ressentido do ciclone climático que o atingiu nos últimos dias.
Com o título, o Internacional ganha ainda mais confiança para iniciar o Brasileirão. A virada contra o Paraná na Copa do Brasil e esta
inquestionável vitória
sobre o Juventude, que sepulta de vez o mito da touca, deixam o time de Abel habilitado para fazer um grande Campeonato Nacional.
Artilheiros
Foi justa a divisão da artilharia entre Alex e Mendes. O centroavante do Juventude, como já acontecera no jogo anterior, recebeu marcação implacável da zaga colorada. Nunca teve a oportunidade de dar um chute a gol livre da pressão de seus marcadores. Já o artilheiro do Inter, voltando de uma contusão séria, confirmou a sua condição de exímio cobrador de faltas. Se não tivesse sido substituído, poderia ter desempatado o duelo no pênalti que Clemer converteu.
Personalidade
Depois de assumir a responsabilidade pela derrota para o Juventude no jogo anterior, Fernandão comandou o time e contribuiu com três gols para a festa do título. O Inter vai para o Brasileirão com sua maior liderança intacta.
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