O São Paulo vai ao Uruguai enfrentar o Nacional, de Montevidéu, no estádio Parque Central, nesta quarta-feira, às 22h de Brasília, na ida das oitavas-de-final da Copa Libertadores da América.

A equipe pretende esquecer os problemas enfrentados na primeira fase do torneio, na qual só conquistou a vaga para as oitavas no último dia da primeira fase da competição. Além disso, o quarto título da Libertadores é a aposta para salvar o semestre do time, que ficou de fora da decisão do Campeonato Paulista.

Curiosamente, mesmo tendo feito menos pontos que o adversário na fase de classificação, o São Paulo tem a vantagem de decidir o confronto em casa por ter ficado em primeiro lugar em seu grupo, o 7, com 11 pontos, enquanto que o Nacional foi o segundo no grupo 4 — o mesmo do Flamengo —, com 12 pontos.

O São Paulo terá pela frente um adversário que utiliza muito bem as jogadas aéreas, mas o próprio time também aposta nas bolas altas levantadas pelo ala-esquerda Jorge Wagner para o atacante Adriano. Cinco dos seis gols dos paulistas na primeira fase foram de cabeça.

O técnico Muricy Ramalho terá de volta do zagueiro Juninho, que volta de contusão e briga por uma vaga na equipe.

Entretanto, a principal estratégia do treinador para este jogo complicado é o equilíbrio emocional. Muricy toma como o exemplo o Flamengo, que perdeu para o clube uruguaio por 3 a 0 em Montevidéu, após ter dois jogadores expulsos.

— Não podemos ir à guerra, é um jogo de futebol. O Flamengo se equivocou lá. Entrou no clima deles, perdeu dois jogadores expulsos e foi goleado. Temos que jogar com inteligência para não entrar na deles — disse.

O clima para a partida deverá ser quente. O campo do Parque Central é estreito e a proximidade com a torcida é grande. Porém, o São Paulo não teme a pressão do time uruguaio e da arquibancada.

— Não vejo problema em atuar num campo acanhado, com torcida próxima. O que mais preocupa é a condição do gramado — diz o meia Hernanes.

O Nacional foi o melhor segundo colocado na primeira fase, na qual integrou o grupo 4, junto com o Flamengo e os peruanos Cienciano e Coronel Bolognesi. No fim de semana, o time treinado por Gerardo Pelusso empatou com o Liverpool pelo campeonato uruguaio.

A equipe não tem problemas para a partida e deverá jogar com todos os titulares, além do apoio da torcida. A única dúvida de Pelusso é no meio-campo, entre o argentino Nicolás Bertolo e Mathías Cardaccio.

O destaque da equipe é o atacante Richard Morales, de 1,95m, perigoso nos cruzamentos.

— A esta altura do torneio, todas as equipes nos conhecem. Não acho que haja surpresas, mas tentaremos aproveitar alguns erros do São Paulo — afirma o técnico Gerardo Pelusso.

O treinador admitiu que uma das maiores preocupações de sua equipe será cobrir o apoio dos alas do São Paulo, além de "ficar atento a Adriano, que é um bom atacante".