| 15/04/2008 04h37min
Confirmado no cargo, o técnico Celso Roth admitiu nesta segunda-feira, ao completar dois meses no Grêmio, "um sentimento de vergonha e de débito com a torcida".
Numa entrevista com 41 minutos, a primeira desde a eliminação na Copa do Brasil, Roth disse que sua responsabilidade, "que já era grande", passa a ser ainda maior a partir da confiança depositada em seu trabalho pela direção.
— A solução mais fácil seria a saída do treinador. Normalmente, os dirigentes ouvem muito a opinião pública e tomam a decisão mais fácil, que é trocar apenas um e tirar a responsabilidade de cima deles. Fico honrado e agradecido com a confiança. Isso não é natural — disse.
Roth diz compreender a reação da torcida, que pediu sua saída após o jogo
contra o Atlético-GO e segue se manifestando dessa forma em enquetes
realizadas por emissoras de rádio. Ainda assim, garante se sentir estimulado a trabalhar. Para isso, diz o técnico, foi fundamental a reação que os jogadores tiveram após a última partida. Roth revelou-se sensibilizado com o choro de muitos no vestiário e percebeu que tinha um compromisso com eles.
— O torcedor não quer saber se houve razões para as eliminações, como o grande número de lesões. No futebol e na vida, não se tem só o bônus. Há, também, o ônus. Temos que sentir a vaia, a revolta, a mágoa e passar por isso. É assim que se forma um time que vai se tornar vencedor — afirmou.
Em tom de desabafo, Roth afirmou que nunca teve a chance de escolher os jogadores com quem iria trabalhar, mesmo tendo começado o trabalho em janeiro. Observa que sempre precisou se adaptar às circunstâncias financeiras dos clubes. Citou o técnico Wanderley Luxemburgo, hoje no Palmeiras, como "uma celebridade" que escolhe o grupo de trabalho.
— Desta vez, estou tendo
um pouquinho mais de esperança. Quem
sabe a coisa começa a mudar um pouquinho, agora que já estou com 50 anos? — brincou.
Apesar de elogiar seu grupo de jogadores, "que tem muita qualidade", Roth admitiu que haverá mudanças. Mas não fez qualquer tipo de promessa quanto à contratação de jogadores mais renomados. Lembrou que, ao longo da história, muitos times feitos em cima de estrelas fracassaram, ao contrário de outros, com jogadores menos famosos, "deram retorno".
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