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 | 10/04/2008 05h01min

Duelo no Centenário reúne melhor ataque e melhor defesa do Gauchão

Enquanto o Inter marcou 41 gols no campeonato, o Caxias sofreu apenas 10 em 16 jogos

Guilherme Fister e Gabriel de Aguiar Izidoro

O ataque mais positivo do Gauchão, com 41 gols, deve ficar ainda mais agudo. Ontem, como definiu o capitão Fernandão, foi só um "pequeno ensaio".

A menos que o técnico Abel Braga esteja preparando um despiste, é forte a tendência de a escalação contra o Caxias contar com Nilmar e Iarley juntos na frente.

Foi assim durante cerca de 30 minutos no treino desta quarta-feira. Em relação ao time que enfrentou a Ulbra, Bustos cedeu a vaga na ala direita para Wellington Monteiro, para reforçar a marcação. Magrão e Guiñazu vigiaram os movimentos no meio e a dupla de ataque não mantinha posições fixas. Nilmar marcou dois gols.

Com esta formação, os titulares venceram por 3 a 1. Alex fez o terceiro e Tales descontou. Os jogadores aprovaram a mais nova alternativa ao esquema que resultou em 51 gols marcados este ano, 41 deles no Gauchão: o Inter é o ataque mais positivo.

— Jogamos com quatro ou cinco no meio-campo, e esse congestionamento ajuda a marcar. Você consegue ter mais opções — analisou Alex.

Para o meia, o desafio é aliar as atuações vistosas de hoje com a pegada de dois anos atrás. Todos declaram que é preciso consciência defensiva ainda maior, sobretudo se Nilmar e Iarley dividirem o ataque.

— Temos obrigação de não ficarmos parados lá na frente — sintetizou Iarley.

A efetividade do ataque será posta à prova no domingo, às 16h, no Estádio Centenário. O primeiro problema do jogo de ida das semifinais pode ter ocorrido na segunda parte do treino de ontem. Deslocado de volta ao meio, quando Abel retornou à formação com Fernandão e Nilmar (sem Iarley), Wellington torceu o tornozelo direito. Saiu carregado. Deixou o vestiário abatido e desabafou:

— Achei que tinha quebrado. Nunca senti uma dor assim. Não sei se vai dar para domingo.

— Pô, todo dia sai um machucado. Tem alguém botando olho. Vou começar a fechar todos os treinos — brincou Abel.




Marcação começa no ataque, afirma técnico do Caxias


À espera do Inter acha-se uma estrutura defensiva sólida, que sofreu apenas 10 gols em 16 partidas no Gauchão. E mesmo mudando constantemente seus elementos.

— Se temos algum mérito, ele começa pela marcação dos atacantes e meias, o que facilita para os homens de trás. Isso ajudou a solidificar a equipe. Acho que eles entenderam a minha filosofia: atacante sem a bola tem que marcar, e zagueiro com a bola tem que jogar — ensina o técnico do Caxias, Gilson Kleina.

A filosofia a que se refere o treinador consiste em divisão de responsabilidades entre todos os setores da equipe:

— Temos muita colaboração do André, do Juninho e do Ezequiel, pois a comunicação dos goleiros com a defesa é fundamental. Isso é mérito do Humberto (preparador de goleiros). E para correr tanto, marcando em todos os setores, preciso de perna, então é mérito também do Anderson (Paixão, preparador físico, filho de Paulo Paixão).

Contudo, antes que o sistema se tornasse defensivo, Kleina precisou adotar medidas emergenciais. Foi logo que chegou ao Centenário, durante a Copa Paulo Rogério Amoretty do ano passado, cujo título deu vaga na Copa do Brasil de 2009:

— A primeira coisa que fizemos foi parar de tomar gols. Quando estávamos vulneráveis atrás, não jogávamos bem. Então, começamos a montar a equipe de trás para a frente. O importante foi que todos assimilaram a idéia de que teriam de cumprir mais de uma tarefa. Acho que o futebol moderno é muito mais de função do que de posição. Ninguém mais pode ter apenas uma incumbência.

Para o comandante, nove meses após sua chegada o time está próximo de atingir um estágio mais satisfatório de competitividade.

— Precisávamos lapidar os aspectos físico e técnico, antes de chegarmos no tático.

Os números do Inter
> O time da Capital marcou 41 gols em 16 jogos
> Média de 2,56 gols por partida

Os gols marcados
> Alex: nove
> Iarley: sete
> Marcão: cinco
> Gil: quatro
> Adriano: três
> Fernandão, Magrão, Índio e Ramon: dois
> Wellington, Bustos, Guto, Danny Morais e Guiñazu: um

Os números do Caxias
> O time da Serra levou 10 gols em 16 jogos
> Média de 0,62 gol por jogo

Os gols sofridos
> Paulo Sérgio e André Luís (Grêmio): 2x2
> Dias e Catatau (Sapucaiense): 2x2
> Gian (Sapucaiense): 1x1
> Carlinhos (Ulbra): 0x1
> Edimar (Novo Hamburgo): 4x1
> Helton e Tiago Duarte (Santa Cruz): 0x2
> Anderson Poty (São José): 1x1

 
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