| 18/03/2008 17h40min
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta depois que o corte no juro americano pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) desencadeou uma onda de compras no fim da sessão. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato de petróleo com vencimento em abril fechou em alta de US$ 3,74, ou 3,54%, em US$ 109,42 por barril.
O contrato com vencimento em maio subiu US$ 4,27, ou 4,1%, para US$ 108,50 o barril. Os ganhos de hoje quase eliminaram a queda de ontem, que foi a maior em porcentual num único dia desde agosto. No mercado eletrônico da Bolsa Intercontinental (ICE), de Londres, o contrato para maio do petróleo Brent fechou em US$ 105,87 o barril, alta de US$ 4,12, ou 4,05%.
Os contratos haviam subido cerca de US$ 2 o barril pela manhã e passaram boa parte do dia neste nível, com pouca atividade, enquanto o mercado aguardava a decisão do Fed, anunciada apenas 15 minutos antes do fechamento dos negócios com petróleo.
O corte de 0,75 ponto porcentual
na taxa básica de juros americana, para 2,25% ao ano, ficou abaixo das amplas expectativas de uma redução de um ponto porcentual. Mas o petróleo superou US$ 109 o barril com a notícia. O analista Addison Armstrong, da corretora TFS Energy, comentou que os fundos que movimentam estes mercados realmente não tinham nenhum outro lugar para ir.
— Eles não podem encontrar retorno em nenhum outro mercado além do de commodities (produtos básicos), onde há força e liquidez — disse o analista.
A decisão do Fed foi seguida de perto pelos operadores de commodities por seus efeitos sobre o dólar. Cortes nas taxas de juro tendem a enfraquecer a moeda americana, que, por sua vez, tende a impulsionar os preços do petróleo, com os investidores buscando uma proteção nas commodities. O dólar se desvalorizou levemente em relação ao euro e ao iene logo depois que o corte do Fed foi anunciado, mas voltou a se fortalecer em seguida.
Além do corte no juro esta tarde, o
Fed prometeu na semana passada colocar
US$ 200 bilhões em créditos aceitando hipotecas indesejadas dos bancos como garantia, cortou a taxa de redesconto (crédito emergencial para bancos) em 0,25 ponto numa reunião de emergência e facilitou a compra do banco Bear Stearns pelo JPMorgan com um massivo desconto. No texto de seu comunicado de hoje, o Fed também sugeriu que está aberto a mais cortes para estimular a economia.
A ação combinada pode ter dado ao mercado futuro de petróleo uma renovada força, suficiente para superar a grande queda de ontem (de 4,11% em Nova York) e retomar seu rali de dois meses, disse o vice-presidente da corretora Vantage Trading, de Nova York, Peter Donovan. A atenção do mercado se volta agora para os dados semanais de estoques de petróleo que o Departamento de Energia dos EUA divulgará amanhã.
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