O Federal Reserve (Fed, banco central americano) decidiu hoje reduzir a taxa básica de juros nos EUA em 0,75 ponto percentual, fixando-a em 2,25% ao ano, em uma tentativa de conter a crise financeira que ameaça a economia americana.

A decisão já era esperada pelo mercado financeiro global, que ontem viveu um dia de extrema tensão. A situação foi motivada pela operação montada nos Estados Unidos para que o banco JPMorgan comprasse o Bear Stearns — primeira grande instituição financeira levada ao colapso pela crise do mercado imobiliário americano.

Na última reunião programada do Fed, em 30 de janeiro deste ano, a taxa de juros nos EUA já havia sido reduzida em 0,5 ponto, para 3%. Mas uma semana antes, em 22 de janeiro, o BC americano surpreendeu o mercado com um corte de 0,75 ponto da taxa básica. Atitude foi vista como uma primeira ação emergencial da autoridade monetária em 2008 para tentar impedir que a crise de crédito originada nos financiamentos imobiliários de alto risco de inadimplência (subprime) levasse a maior economia do mundo a entrar em recessão.

No último domingo à noite, também em reunião emergencial, a taxa de redesconto (linha de empréstimos de emergência aos bancos) foi reduzida pelo Fed em 0,25 ponto para 3,25% ao ano.

Acompanhando o corte do juro básico hoje, a taxa do redesconto foi novamente ajustada, dessa vez para 2,50% ao ano. Os investidores interpretaram os recentes movimentos do Fed (cortando juros e injetando recursos nos bancos) como sinal de que o BC americano vê risco de crise sistêmica no setor bancário.

Agência Estado